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Putin: EUA anunciaram seus interesses como sagrados ao declararem vitória na Guerra Fria (VÍDEO)

© Sputnik / Pavel BednyakovPresidente russo, Vladimir Putin durante seu discurso no XXV Fórum Econômico Internacional em São Petersburgo, Rússia, 17 de junho de 2022
Presidente russo, Vladimir Putin durante seu discurso no XXV Fórum Econômico Internacional em São Petersburgo, Rússia, 17 de junho de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 17.06.2022
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O presidente russo, Vladimir Putin, realizou hoje, sexta-feira (17), um discurso no Fórum Econômico Internacional que ocorre em São Petersburgo, na Rússia, de 16 a 18 de junho.
Ao começar, Vladimir Putin admitiu que o fórum acontece em um tempo muito difícil, quando até os princípios econômicos básicos foram ameaçados.

"Os nossos parceiros no Ocidente deliberadamente minaram os padrões internacionais, em nome de suas ilusões geopolíticas", afirmou o mandatário russo.

De acordo com suas palavras, foram seriamente minadas a reputação de negócios e a confiança em moedas, e isso foi feito deliberadamente.
"Nas últimas décadas, estão sendo formados e se manifestando de forma cada vez mais aguda no planeta novos centros de potência, cada um dos quais desenvolve seus sistemas políticos e instituições sociais, realiza os seus próprios modelos do crescimento econômico e, certamente, tem o direito para os proteger, para manter a soberania nacional", constatou o presidente russo.

"Os EUA, ao declararem sua vitória na Guerra Fria, se manifestaram mensageiros de Deus na Terra, que não têm nenhuma obrigação, apenas interesses, e esses interesses estão sendo declarados como sagrados", disse.

Na opinião de Putin, as atuais mudanças na economia e política internacional são "tectônicas e revolucionárias".
"Trata-se de processos objetivos e de mudanças verdadeiramente revolucionárias e tectônicas na geopolítica, na economia global, no âmbito de tecnologias e em todo o sistema das relações internacionais", ressaltou.
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Quanto à economia russa, que está sendo pressionada pelas sanções ocidentais, Vladimir Putin assegurou que "blitzkrieg [guerra-relâmpago] econômico" contra a Rússia desde o início não tem chances de sucesso.

"As previsões sombrias em relação às perspectivas da economia russa, que puderam ser ouvidas no início de [março] não se tornaram realidade [...]. Tudo isso foi e continua sendo uma arma de combate informacional, um fator de influência psicológica na sociedade russa, nos círculos empresariais russos."

Conforme ressaltou o presidente, as autoridades do país passo a passo têm normalizado a situação econômica na Rússia, e a inflação, após o pico de 17,8%, segue descendo, com a dinâmica econômica se estabilizando.
Porém, sublinhou Putin, os políticos europeus deram um golpe sério com as próprias mãos:

"Por avaliações dos especialistas, só as perdas das contas da União Europeia da febre sancionatória neste ano podem ultrapassar US$ 400 bilhões [R$ 2,052 trilhões]. Esse é o custo das decisões afastadas da realidade e tomadas a despeito do senso comum. Esses custos diretamente caem nos ombros da população e empresas da EU."

O que está acontecendo agora no mundo não é o resultado dos últimos meses, inclusive da operação especial russa na Ucrânia, ressaltou o líder da Rússia, adicionando que tudo começou há muito tempo, devido à irresponsável política macroeconômica do G7.
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Ele acrescentou que a operação militar se tornou "um boia salva-vidas" para o Ocidente, para culpar Moscou de todos os seus problemas.

"Certamente, seria bom ouvirmos que nós somos tão onipotentes, explodimos até o céu a inflação no Ocidente, nos EUA. Fizemos outras coisas assim que todos estão agitados. Pode ser, seria muito agradável para nós, mas isso não corresponde com a realidade. A situação amadureceu por anos, foi incentivada pelas ações míopes dos que se acostumou a resolver seus problemas por conta dos outros, que se apoiou e continua apoiando-se no mecanismo de emissão financeira, para recomprar, roubar para si os fluxos comerciais e assim agravar os déficits e provocar catástrofes humanitárias em certas regiões do mundo", ponderou Putin.

No que se refere às entregas de produtos alimentícios aos mercados globais, Putin assegurou que a Rússia não faz obstáculos a isso: "Não fomos nós que minou os portos ucranianos no mar Negro. Deixem desminar e retirar [os grãos], e nós garantiremos a segurança de passagem desses navios civis." Conforme o presidente, há cinco ou seis variantes da retirada dos grãos ucranianos, mas são as autoridades de Kiev que devem decidir como efetuá-la. A pior variante é se a Ucrânia enviasse grãos em troca de armas, disse o presidente.
Putin exortou mudança nos cidadãos russos, para que "sentam a respiração do tempo", já que a Rússia está entrando em uma nova época como país soberano. E no futuro, de acordo com ele, as regras da nova ordem mundial serão estabelecidas pelos Estados fortes e soberanos que não seguem uma trajetória determinada por alguém de antemão.
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O líder russo também afirmou que Moscou respeitará qualquer escolha de pessoas que vivem em "territórios liberados" da Ucrânia e que atacar áreas fortificadas ucranianas perto de Donetsk, onde atingem áreas residenciais, não tem propósito.
"Quanto a esses ataques absolutamente sem sentido a prédios residenciais e bairros de Donetsk, relacionados ao fato de que a linha de demarcação – criada há oito anos – é, obviamente, uma área fortificada tão séria [...] para especialistas militares [...] não é um bom conselho porque levará a pesadas baixas por parte das forças atacantes, então as táticas são diferentes […] leva algum tempo."
O presidente recusou as condições de "linhas vermelhas" – que poderiam provocar um ataque russo aos centros decisórios da Ucrânia, e apontou que é responsabilidade das organizações político-militares.
"Prefiro não mencionar essas linhas vermelhas [...]. Seu cruzamento força a Rússia a tomar medidas bastante duras contra os centros decisórios. Esse aspecto diz respeito a seus órgãos político-militares."
Putin ainda comentou que aqueles que planejam cruzar essas "linhas vermelhas" devem estar cientes do que pode acontecer com eles.
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Sobre a decisão favorável da Comissão Europeia hoje (17) para que a Ucrânia se torne candidata a entrar no bloco europeu, Putin afirmou que a Rússia não tem nada contra o movimento, uma vez que a UE não é um bloco militar.

"Sempre fomos contra a exploração militar do território ucraniano, porque isso ameaça nossa segurança, é isso que rejeitamos, mas quando se trata de integração econômica, pelo amor de Deus, a escolha é sua", disse.

Em relação à Crimeia, o presidente declarou que a questão não surgiria se Rússia e Ucrânia tivessem uma parceria.
"Se tivéssemos aliados, apenas boas parcerias, pelo menos relações, bem, isso não teria ocorrido a ninguém, e não haveria problema nem na Crimeia", declarou.
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Sobre problemas na economia, o mandatário disse que eles vão aumentar, e que as autoridades sabem disso.
"Sim, entendemos que há dificuldades com cadeias de suprimentos, com componentes, e esperamos que surjam mais problemas. Estamos esperando, eles vão aumentar, estamos cientes disso", afirmou.
Segundo o líder russo, há ramos da economia russa que mostram crescimento, como a agricultura, com alta de 3,2% em quatro meses.
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