Estudo realizado em local indígena nos EUA confirma efeito 'alucinógeno' na arte rupestre (FOTOS)

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Cientistas encontraram em uma antiga caverna na Califórnia, EUA, restos de uma planta psicoativa que era mastigada pelos xamãs.

Arqueólogos da Universidade Central de Lancashire, Reino Unido, liderados por David W. Robinson, estudaram a Caverna Pinwheel, na Califórnia, EUA, para averiguar se o consumo de alcaloides pode ter afetado a arte dos Chumash, uma tribo de caçadores e pescadores que vivia na região.

Os pesquisadores descobriram, no estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, que a pintura (tal como outras na caverna), mostrando uma estranha figura humanoide e vários símbolos, reflete a experiência mística do pintor.

Além das pinturas, a equipe de Robinson encontrou 56 maços de um material poroso na caverna, inseridos em fendas e orifícios no teto, que pareciam ser restos secos de tabaco de mascar. Depois de analisar os restos usando microscopia eletrônica, cromatografia e espectroscopia de massa, os cientistas confirmaram que a maioria deles são folhas provenientes da Datura wrightii, uma planta com poderosas propriedades psicoativas.

Segundo a análise química, as folhas teriam sido esmagadas e mastigadas entre 1530 e 1890. Os autores sugeriram que cada maço poderia representar uma dose mastigada por xamãs para entrar em transe psicodélico.

Os Chumash historicamente consumiam a planta durante cerimônias de iniciação e ações xamânicas.

Os cientistas também acreditam que o "moinho" representado na parte superior da caverna é um desenho esquemático de uma flor de datura. A análise mostrou que o desenho foi retocado muitas vezes, e pode não refletir a visão de uma única pessoa.

A partir do século VII a.C. a caverna era comumente usada para cozinhar e comer, como mostram os numerosos restos de animais e plantas encontrados no local. Ou seja, nessa época não era um lugar sagrado para os xamãs, mas era usada por todos os membros da comunidade.

A teoria de que os desenhos das cavernas foram criados em um estado de consciência alterada, devido ao consumo de substâncias psicodélicas, surgiu pela primeira vez no final dos anos 1980. Os autores das obras poderiam ter sido xamãs tentando expressar suas visões após uma jornada espiritual.

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