O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), defendeu João Doria (PSDB) quanto à conduta do governador de São Paulo sobre a vacinação contra a COVID-19. Para ele, Doria tem agido corretamente desde que Bolsonaro desautorizou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a comprar a vacina desenvolvida pela China.
"Vamos raciocinar: Doria não poderia ficar parado. Ele tem o dinheiro, tem o Butantan, tem uma parceria com a China, por qual motivo vai ficar parado esperando Bolsonaro?", questionou Dino.
A declaração foi feita em entrevista ao colunista do UOL Chico Alves, publicada nesta sexta-feira (11). Na entrevista, Dino revelou ainda que propôs a Pazuello que o Brasil produzisse a vacina da Pfizer. No entanto, ouviu em resposta do ministro que o país "não tem onde fabricar" o imunizante.
"Eu disse pra ele: 'Por qual motivo não fabrica?'. Ele respondeu: 'Não tem onde fabricar'. Eu disse: 'Ministro, tem'. Tudo é uma questão de dinheiro, isso é mercado. Não sei qual é a política comercial da Pfizer, mas parece uma coisa meio óbvia: se a AstraZeneca tem interesse, por que a Pfizer não teria, num mercado desse tamanho?", disse Dino.
Dino avaliou ainda que o governo federal tem trabalhado com lentidão em relação às vacinas contra a COVID-19. Por isso, ele acredita que, caso o governo Bolsonaro não apareça com uma definição nos próximos dias, "catalisadores externos" podem pressioná-lo ainda mais, como o Supremo Tribunal Federal (STF) e os próprios governadores.
"Se a vacinação avançar rapidamente em outros países cria uma situação insustentável para o Bolsonaro. Vai ficar dizendo: 'Não, a AstraZeneca está chegando'. Mas que dia? Ninguém sabe", falou Dino.

Nesta quinta-feira (10), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso emergencial de vacinas contra a COVID-19. A aprovação da agência é temporária e de caráter experimental.
Na última quarta-feira (10), o Ministério da Saúde informou que a vacinação contra a COVID-19 no país poderá começar ainda em dezembro deste ano, ou no início de janeiro de 2021, caso a farmacêutica Pfizer conseguisse a autorização emergencial junto à Anvisa.
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