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Não queremos guerra, mas trabalharemos para garantir nossa segurança com todos os meios, diz Lavrov

© Sputnik / Serviço de imprensa do Ministério das Relações Exteriores da RússiaSergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores, em reunião
Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores, em reunião - Sputnik Brasil, 1920, 22.12.2021
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O ministro das Relações Exteriores da Rússia deu uma entrevista à RT, na qual explicou o ponto de vista do país sobre o aumento do investimento militar da OTAN na Ucrânia, junto das fronteiras russas.
Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, criticou a resposta de Jens Stoltenberg, secretário-geral da OTAN, às propostas do Kremlin de garantias de segurança nacional, as relações entre o Ocidente e Moscou e a questão da participação da Ucrânia na Aliança Atlântica.

Garantias de segurança

"O senhor Stoltenberg [...] faz constantemente afirmações pouco adequadas [sobre esses assuntos]", disse o diplomata em entrevista à RT na quarta-feira (22).
Ao mesmo tempo, Lavrov não crê que as propostas da Rússia estejam sendo "ignoradas".
"Ontem [21] o presidente [russo Vladimir] Putin [...] falando no conselho ampliado do Ministério da Defesa, mencionou que, durante a última conversa telefônica, mesmo na videoconferência, com o presidente [norte-americano Joe] Biden, eles falaram desse tema. O presidente Biden demonstrou estar disposto a olhar para as preocupações levantadas pelo lado russo", contou, acrescentando que a Rússia mostrou "sua visão dos acordos possíveis".
"No que toca à verdadeira reação, não à retórica [...] dos nossos colegas americanos, diria que é de trabalho. Foram realizadas várias discussões ao nível de assessores de política externa dos presidentes da Rússia e dos EUA, e agora em resultado de mais um contato basicamente foram acordadas as modalidades organizacionais do futuro trabalho [nessas questões]", continuou.
Lavrov indicou a data em que espera que Moscou realize negociações com a OTAN sobre as garantias de segurança.
"Planejamos em um futuro próximo, também queremos fazer isso em janeiro, ativar também a plataforma de negociação para a discussão do segundo documento, o projeto de acordo entre a Rússia e os países da OTAN", revelou o ministro das Relações Exteriores, mencionando uma terceira linha de preocupações que deverá fazer parte da discussão.
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"Levantaremos também a questão das garantias de segurança na plataforma da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa", revelou o chanceler russo.
Sergei Lavrov também afirmou na entrevista que as negociações não poderão durar para sempre.
"Claro que muitos colocarão a pergunta 'e se?' Os americanos disseram que o nosso documento contém uma série de preocupações, eles querem discutir, uma série delas são inaceitáveis [...] Eles também têm suas preocupações. Estamos prontos para as estudar, mas eles ainda não as apresentaram. Em caso de entendimento da organização do assunto, o conteúdo [dos acordos] ainda enfrenta um trabalho enorme, claro. Mas como disse o presidente [Putin], ele não pode ser infinito", sublinhou o alto responsável.
O objetivo da Rússia é evitar a guerra, explicou.
"Nós não queremos guerra, o presidente Putin falou novamente sobre isso: não precisamos de conflitos, esperamos que a mais ninguém os conflitos surjam como um curso de ação desejado. Vamos garantir duramente nossa segurança com os meios que considerarmos necessários."

Disposição da Ucrânia

O ministro das Relações Exteriores da Rússia instou Berlim e Paris a exortar a Ucrânia a cumprir os Acordos de Minsk para implementação da paz dentro do país, em vez de usar a "cortina de fumaça" de uma "inexistente escalada" militar da Rússia perto de seu território. Ele disse ser necessário obter explicações sobre a função do armamento militar ocidental junto das fronteiras russas.
Segundo ele, a posição da Rússia sobre a implementação da paz local sob o Formato da Normandia, cujas discussões têm sido realizadas entre junho de 2014 e dezembro de 2019, está sendo distorcida.
"Do ponto de vista do cinismo saudável, me parece que são bem reveladoras as discussões [recém-publicadas por Moscou] de que se fala, e que refutam completamente as declarações dadas antes que revelamos as cartas, sobre a Rússia supostamente estar bloqueando o trabalho do 'Formato da Normandia'. Isso não é assim", e sugeriu estar preocupado com a França e a Alemanha "se colocarem 100% do lado do regime ucraniano".
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O chanceler russo também se dirigiu diretamente às "cabeças quentes" da Ucrânia, que diz estarem alimentando "sentimentos agressivos" para provocar uma reação da Rússia e assim justificar um aumento do investimento militar da OTAN no território ucraniano.
"Ontem [21] Putin disse muito claramente no conselho do Ministério da Defesa: temos todas as capacidades necessárias para assegurar uma resposta adequada, incluindo técnico-militar, a quaisquer provocações que possam se desenrolar ao nosso redor."
Na sexta-feira (17) o Ministério das Relações Exteriores da Rússia publicou um projeto de acordo entre a Rússia, os EUA e a OTAN sobre as garantias de segurança mútuas, que já foi entregue a Washington e seus aliados. Uma das disposições inclui a garantia de não alargamento da Aliança Atlântica para leste de seus atuais Estados-membros.

Acordo nuclear iraniano

Durante a entrevista, o ministro das Relações Exteriores da Rússia também abordou as negociações do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) sobre o programa nuclear iraniano em Viena, Áustria, que foram interrompidas.
"Nós, junto com nossos amigos chineses e com algum entendimento dos participantes europeus, defendemos a sincronização desse movimento, para que haja um pacote de passos mútuos, e disso que estão tratando os negociadores em Viena. Eles querem um pequeno intervalo para o Natal católico, mas as negociações serão retomadas até o final do ano", relatou Lavrov.
Ele também mencionou que o Irã confirmou que, "se os EUA assumirem completamente o caminho do cumprimento de suas obrigações, deixarem de ameaçar com sanções, que são incompatíveis com o JCPOA e a resolução 2231 [da ONU], então o Irã também regressará ao cumprimento de suas obrigações, incluindo também a aplicação do protocolo adicional ao acordo com a AIEA [Agência Internacional de Energia Atômica] sobre garantias abrangentes".
"Por isso, creio que temos uma boa chance", resumiu.
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