Kremlin: Rússia insistirá para que OTAN encare segurança europeia como vista por Moscou

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que Moscou não abandonará seus esforços em sugerir à Aliança Atlântica suas garantias de segurança na Europa.

A Rússia segue fazendo propostas de garantia de segurança europeia, e a OTAN não conseguirá ignorá-las, indicou no sábado (18) Aleksandr Grushko, vice-ministro das Relações Exteriores do país.

"Então hoje chegamos a um tal momento de verdade nas nossas relações com a OTAN, em que é necessário decidir claramente. Nós já demos esse passo, e assumimos que já não será possível simplesmente evitá-lo ou arranjar desculpas", disse Grushko ao Solovyov Live, canal russo no YouTube.

Se as propostas da Rússia forem rejeitadas, então Moscou passará a criar contra-ameaças, advertiu ele.

"Aquilo que sugerimos é que estamos deixando claro que estamos prontos para falar sobre a forma de passar de um cenário militar ou técnico-militar de confronto para um processo político que realmente aumentaria a segurança militar de todos os países no espaço da OSCE [Organização para a Segurança e Cooperação na Europa], no espaço euroatlântico, na Eurásia", segundo o vice-chanceler russo.

"Se isso não acontecer, então [como] já indicamos, também entraremos neste modo de ameaças de resposta, mas nesse caso será tarde para nos perguntarem por que tomamos alguma decisão, por que colocamos lá estes sistemas, o que e por quê", continuou.

Falando sobre os termos do projeto de acordo de segurança europeia, o vice-ministro das Relações Exteriores sublinhou que a Rússia deu a entender tudo "de forma muito justa, aberta".

"É preciso que os europeus comecem finalmente a pensar se querem transformar seu continente em uma arena de confronto militar. Mais uma vez, já passamos por essa experiência", acrescentou.

"[...] Entretanto, buscaremos de forma muito firme e consequente realizar a visão de como é necessário construir a segurança europeia, justamente da forma como a formulamos."

Na sexta-feira (17) a Rússia apresentou um projeto de acordo com os EUA e a OTAN. Ele explicou que as partes se comprometem em garantir a segurança mútua, não colocar mísseis de curto e médio alcance em zonas a partir das quais eles possam atingir os territórios um do outro, e a OTAN não poderá continuar se expandindo para leste, incluindo à custa de ex-repúblicas soviéticas.