Irã qualifica de 'ato de pirataria' apreensão de seu petróleo pelos EUA

© REUTERS / Raheb HomavandiPlataforma de petróleo em Soroush, Irã em 25 de Julho de 2005
Plataforma de petróleo em Soroush, Irã em 25 de Julho de 2005 - Sputnik Brasil, 1920, 15.02.2021
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O Irã considerou a apreensão de um carregamento de petróleo, supostamente, vindo de Teerã, nesta segunda-feira (15), como um ato de pirataria, referindo que a embarcação não pertencia ao governo iraniano.

Washington emitiu mandado de apreensão de carregamento de petróleo no início deste mês, acusando a República Islâmica de omitir a origem do petróleo ao transferi-lo para várias embarcações antes de passá-lo para o petroleiro Achilleas, de bandeira da Libéria e com destino à China. Segundo Washington, o carregamento petrolífero estaria desrespeitando os regulamentos antiterroristas dos EUA, informa a agência Reuters.

A última posição reportada pelo Achilleas teria sido no domingo (14), fora do porto norte-americano de Galveston, situado na região do golfo do México. Um oficial americano também informou que, na semana passada, Washington vendeu mais de um milhão de barris de combustível iraniano apreendido sob o programa de sanções.

"É muito triste que tal ato de pirataria esteja acontecendo sob a nova administração dos EUA [...] uma solução poderia ser encontrada para parar tais atos de pirataria por quem quer que seja e por qualquer razão", disse Saeed Khatibzadeh, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, citado pela mídia.

Este acontecimento é mais um a adicionar à escalada de tensões entre Washington e Teerã desde 2018, quando o ex-presidente norte-americano, Donald Trump, retirou, unilateralmente, os EUA do acordo nuclear com o Irã de 2015, também conhecido como Plano de Ação Global Conjunto, voltando a impor sanções à nação persa.

Acordo nuclear – ainda haverá chance de ser reativado?

Agora, em meio a administração democrata no poder, liderada por Joe Biden, o Irã já ameaçou que continuaria reduzindo seus compromissos dentro do acordo, se os EUA não voltassem ao acordo sob os termos originais, ou seja, de 2015, e cancelassem as sanções impostas durante a presidência de Donald Trump.

Khatibzadeh declarou que a nação persa procederia com as mudanças relacionadas às inspeções da ONU a partir do dia 21 de fevereiro. A partir desse momento, as autoridades da ONU apenas poderão inspecionar os locais que o governo iraniano tenha, oficialmente, classificado como estações nucleares.

No entanto, mesmo com o tempo ficando cada vez mais escasso, o presidente Biden apenas declarou que pretende que os EUA regressem ao acordo nuclear, apesar de não ter especificado se os EUA querem fazer mudanças nos termos anteriores. No entanto, a administração Biden ainda nada fez para reativá-lo e, de igual modo, o presidente constatou que não vai cancelar as sanções até que o Irã esteja pronto para negociar, mesmo que o último tenha declarado que deveriam ser os EUA a dar o primeiro passo.

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