Atitude desdenhosa da Casa Branca para com Pequim pode dar mau resultado

© AP Photo / Alex BrandonPresident Donald Trump gestures as he and Chinese President Xi Jinping walk together after their meetings at Mar-a-Lago in Palm Beach, Fla
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O secretário de Estado britânico da Defesa, Michael Fallon, declarou em 27 de julho que a Coreia do Norte não poderia ter desenvolvido seu programa nuclear sem ajuda estrangeira. O titular da pasta, que evitou mencionar qualquer país concreto, destacou que a China desempenha um papel importante na solução do problema norte-coreano.

A Austrália e os EUA, por sua parte, não hesitam em acusar Pequim de maneira direta. Camberra qualificou como insuficientes as medidas que a China está aplicando contra Pyongyang. Washington, por sua vez, pôs em dúvida a transparência da observação do regime de sanções contra a Coreia do Norte por parte dos seus aliados chineses.

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Konstantin Asmolov, analista do Instituto do Extremo Oriente, comentou à Sputnik as acusações de vários países contra Pequim.

"Não há nenhuma evidência técnica concreta que indique que a Coreia do Norte tenha tido apoio externo. Trata-se de outra coisa. O Ocidente segue demonizando a Coreia do Norte", afirmou Asmolov.

Do ponto de vista do entrevistado, a maior parte da comunidade internacional não aceita o direito de Pyongyang de exercer sua soberania de modo normal.

"Qualificam o 'regime' de Pyongyang como 'terrível'. Porém, cada vez que este 'regime selvagem', segundo a opinião do Ocidente, mostra certos avanços na ciência ou tecnologia, atribuem tudo ao apoio estrangeiro ou afirmam que os norte-coreanos roubaram tudo", sublinhou o especialista do Instituto do Extremo Oriente.

"Os EUA e os seus aliados estão tentando exercer pressão sobre a China, mas isto pode acabar muito mal. Se passarem os limites, se produzirá um efeito contrário", agregou Asmolov.

Pequim, por sua vez, dá a entender a Washington que os EUA devem evitar dar passos inamistosos. O analista russo indicou que a postura americana reflete seu intuito de intervir nos assuntos internos do gigante asiático.

Ademais, Asmolov opinou que os EUA adotaram uma linha errada em relação a Pequim devido ao mau entendimento no encontro entre os líderes dos dois países.

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"Após a reunião entre Trump e Xi Jinping os resultados do encontro foram mal interpretados pela mídia norte-americana. A gentileza que os chineses mostraram durante os encontros a portas fechadas foi encarada pelos americanos como uma sintoma de debilidade, de concessão", realçou.

"A reação da parte norte-americana foi algo parecido a isto: 'Urra! Obrigamos a China a aceitar as nossas condições. Convencemos a China de que a Coreia do Norte já não significa nada para eles", ironizou o analista.

Na realidade, Pequim mantém seu foco independente na solução do problema da Coreia do Norte e coopera com os EUA neste assunto, mas não segue as regras de jogo impostas por Washington.

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