O governador do Amapá, Waldez Góes, que chefia o consórcio dos nove estados que compõem a vasta região amazônica do Brasil, disse à agência Reuters que a parceria seria anunciada na cúpula climática da ONU, a COP 25, em Madri nesta semana e incluiria outras iniciativas destinadas a reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Os incêndios na seção brasileira da floresta tropical, que representa 60% da Amazônia em geral e é vista como um baluarte contra a mudança climática, subiram em agosto ao ponto mais alto desde 2010. As chamas generalizadas provocaram protestos internacionais de que o Brasil não estava fazendo o suficiente para proteger sua floresta.
O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu que ações urgentes fossem tomadas nos incêndios, rapidamente se envolvendo em uma guerra de palavras com o presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
Macron acusou Bolsonaro de mentir aos líderes mundiais sobre o compromisso do Brasil com a preservação do meio ambiente. Bolsonaro reagiu e insultou a esposa de Macron, dizendo que só aceitaria US$ 20 milhões em ajuda oferecida pelo grupo G7 de nações ricas se Macron retirasse seus "insultos".
Macron respondeu que achava que as mulheres brasileiras deveriam ter vergonha de Bolsonaro e sugeriu que ele não estava à altura do cargo de presidente.

'Contornando' Bolsonaro
Góes declarou que os nove estados brasileiros anunciarão um mecanismo nesta terça-feira para permitir que países estrangeiros contribuam diretamente para projetos estaduais de preservação da Amazônia. Ele ressaltou que vários países europeus foram abordados sobre o financiamento de tais esforços.
A parceria não vinculativa com a França poderá estabelecer as bases para o país fornecer eventual apoio financeiro aos projetos ambientais dos estados, prosseguiu. Não está claro se as negociações avançarão o suficiente na cúpula para a França anunciar uma quantia que contribuiria, acrescentou Góes.
Um porta-voz da delegação francesa na conferência se recusou a comentar imediatamente as falas do governador do Amapá.
Ambientalistas culpam Bolsonaro pelo desmatamento da Amazônia, que atingiu a maior alta em 11 anos, pois ele priorizou o desenvolvimento econômico da floresta tropical em vez da conservação.
"O presidente brasileiro tem em sua agenda oficial a exploração da Amazônia", afirmou Nara Bare, representante indígena brasileira em um protesto fora da cúpula climática de duas semanas em Madri, que deve ser concluída na sexta-feira.
Já Bolsonaro culpou a mídia por sensacionalismo no caso dos incêndios na Amazônia, demonizando-o.
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