AfD: 'Nós nos recusamos a apoiar a indústria de gás dos EUA na Alemanha'

© REUTERS / Nord Stream 2Primeiros tubos para o projeto Nord Stream 2 em uma fábrica da OMK em Vyksa, Rússia.
Primeiros tubos para o projeto Nord Stream 2 em uma fábrica da OMK em Vyksa, Rússia. - Sputnik Brasil
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Apesar da oposição ao gasoduto Nord Stream 3 de alguns estados da Europa Oriental, o consórcio de empresas de energia envolvidas na joint venture está avançando com o projeto.

A crescente demanda da Europa por gás natural, juntamente com a queda na produção de muitos exportadores europeus de gás natural, como a Noruega, colocou a região no curso de um déficit energético, a menos que altere rapidamente sua matriz ou se construa a infraestrutura necessária para importar mais gás natural da Rússia.

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É improvável que se abandone o gás natural, pois ainda não há alternativas viáveis em termos de acessibilidade, abundância e sustentabilidade (quando comparado aos combustíveis fósseis, como o carvão, por exemplo). Como alternativa, a Europa poderia procurar compensar o seu déficit de energia importando gás natural liquefeito (GNL) dos EUA. Porém, de acordo com o representante do Partido Alternativa para a Alemanha (AfD) no Bundestag, Christian Blex, este não seja exatamente o interesse da Alemanha no momento. 

"A posição da AfD é que a Alemanha deveria fazer uma política baseada em interesses e, devido ao clima econômico atual e às recentes políticas do governo alemão, devemos nos concentrar na importação. Como a Rússia atualmente fornece a opção mais barata na forma de gás natural, é lógico que nós importamos deles”, disse Blex à Sputnik Alemanha.

“Como os EUA não podem competir atualmente em termos de preço e infraestrutura, a ideia de importar gás americano ainda é um sonho. Além disso, a AfD se recusa a apoiar a indústria de gás dos EUA em detrimento da alemã ou a servir exclusivamente aos interesses geoestratégicos de Washington”.

Profecias sem fundamento

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Blex expressou seu apoio ao Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2), insistindo que o gasoduto beneficiará a Alemanha e a economia europeia de maneira mais ampla. Ele descartou as  preocupações de que Moscou poderia usar a dependência da Europa do gás natural russo como alavanca no continente.

“A Rússia sempre aderiu de forma confiável aos seus contratos de fornecimento com a Alemanha nos últimos 30 anos, é por isso que consideramos a Rússia um parceiro confiável", afirmou o parlamentar.

Relações potenciais

Embora a Europa mantenha uma parceria frutífera com a Rússia no setor de energia, as sanções e o clima político nos últimos anos inibiram ambos os lados de explorar novos caminhos e se beneficiar do potencial econômico inexplorado que um relacionamento amigável oferece.

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Blex expressou preocupações de que empresas europeias fossem prejudicadas pelas sanções, afirmando ser “indiscutível que o comércio entre a União Europeia e a Rússia tem um tremendo potencial. Empresas alemãs nas indústrias automotiva, química e eletrônica sofreram perdas devido a sanções. A normalização das relações é, portanto, de interesse tanto russo como europeu e alemão”.

Além disso, o membro do Bundestag pediu uma “política pan-europeia” que fomente melhores relações políticas e econômicas com a Rússia, mas disse que o atual governo federal alemão não deve adotar tal abordagem.

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