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Pandemia mudou perfil de empréstimos do Banco do BRICS, diz especialista

© Sputnik / Aleksei NikolskyPresidente da Rússia, Vladimir Putin, preside à XII Cúpula de Chefes de Estado do BRICS, celebrada via videoconferência, 17 de novembro de 2020
Presidente da Rússia, Vladimir Putin, preside à XII Cúpula de Chefes de Estado do BRICS, celebrada via videoconferência, 17 de novembro de 2020 - Sputnik Brasil
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Empréstimo de US$ 3 bilhões (R$ 16,07 bilhões) que Brasil receberá do Banco do BRICS não resolverá problemas do país, mas "não é de se jogar fora", disse especialista à Sputnik Brasil.

Na quarta-feira (18), o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou que o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), formado pelos países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), vai destinar os recursos nos próximos meses. 

Guedes explicou ainda que o dinheiro será destinado ao combate ao novo coronavírus e a projetos de infraestrutura. 

Segundo Paulo Wrobel, professor de relações internacionais da PUC-Rio, geralmente os empréstimos concedidos pelo banco são para projetos de sustentabilidade e energia, mas a pandemia mudou esse perfil

"Os critérios do banco são eminentemente técnicos e se concentram bastante na questão da sustentabilidade, com ênfase muito grande na área de novas formas de produzir energia, que é uma das questões chaves do século 21. Tudo mudou esse ano e a própria Cúpula do BRICS mudou em função da pandemia", disse o especialista. 

'Banco cumpre função relevante'

Em função da pandemia da COVID-19, a XII Cúpula de Chefes de Estado do BRICS foi realizada na terça-feira (17) por videoconferência. Em 2019, o encontro dos líderes do bloco ocorreu em Brasília. 

"Países muito carentes de recursos precisam da ajuda do novo Banco de Desenvolvimento para fazer frente às suas necessidades imediatas, por exemplo, de algum tipo de subsídio à população mais carente. Nesse sentido, o banco cumpre mais uma vez uma função muito relevante", acrescentou o especialista no grupo do BRICS. 

De acordo com Wrobel, o valor de US$ 3 bilhões faz parte de um total de cerca de US$ 10 bilhões (R$ 53 bilhões) que a o banco doará aos países do bloco para ajudar na crise do coronavírus. 

Desemprego e economia frágil

O professor da PUC diz que os R$ 16 bilhões destinados ao Brasil "não são suficientes para atender todos os nossos problemas", mas ressalta que, diante da crise gerada pela pandemia, "é claro que não é de se jogar fora". Ele frisa também que o valor de agora é "muito maior" do que o empréstimo anterior, de cerca de US$ 700 milhões (R$ 3,7 bilhões).

"O coronavírus nos pegou no Brasil em uma situação de recuperação econômica, mas ainda com desemprego muito alto, com economia frágil. Neste ano, os indicadores todos apontam que teremos uma queda substancial do PIB para 2020 e um aumento do desemprego", afirmou o especialista. 

Wrobel elogia os primeiros cinco anos de existência do banco, sob a gestão do indiano Kundapur Vaman Kamath, e diz que a instituição continua em boas mãos com seu novo presidente, o brasileiro Marcos Troyjo. 

'Solidariedade entre os cinco países'

Sobre a cúpula realizada nesta semana, o professor diz que foi "atípica", pois geralmente "qualquer encontro de chefes de Estado não é apenas um encontro em si, mas uma oportunidade de conversarem e chegarem a acordos". Mesmo assim, ele avalia como positivo o resultado final da reunião por videoconferência. 

"A declaração final cobre as grandes questões internacionais e reafirma uma espécie de solidariedade entre os cinco países que compõem o BRICS para enfrentarem os grandes problemas internacionais", disse Paulo Wrobel.
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