Apesar da repercussão da fala, o anúncio foi feito sem dar detalhes, escreve o portal UOL. Bolsonaro fez a afirmação em uma transmissão semanal ao vivo nas redes sociais. Ele sustenta que "vão sobrar recursos, segundo informações que eu tive, para investir no Rio de Janeiro".
O presidente do Brasil afirmou que o acordo foi fechado em reunião nesta quinta-feira (24) com a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, e autoridades do Rio de Janeiro.
O conselho de administração da Cedae havia aprovado, na quarta-feira (23), por maioria de votos, o processo de concessão de partes da companhia, que tem potencial para levantar mais de 10 bilhões de reais para o Rio de Janeiro, segundo cálculos do governo estadual e do BNDES.

Do outro lado do negócio, o Sindicato dos Trabalhadores em Saneamento e Meio Ambiente do Rio de Janeiro (Sintsama-RJ) sustenta que a privatização da empresa vai provocar demissão de quatro mil trabalhadores.
Com a venda da Cedae, o governo do Rio espera pagar o empréstimo junto ao banco BNP Paribas de R$ 4,5 bilhões, cuja garantia são as ações da empresa.
Porém, uma emenda ao novo Plano de Recuperação Fiscal dos estados, incluída minutos antes da votação na Câmara dos Deputados, a pedido do ministro Paulo Guedes, retirou do governo do estado do Rio a possibilidade de fazer novos investimentos com os recursos advindos da privatização da Cedae.

Aliás, na sanção do PLP 101/2020, o Governo Federal deveria vetar o parágrafo que impede que a União refinancie os 4,5 bilhões da operação CEDAE para que a concessão prossiga, beneficiando milhões de cariocas e fluminenses!
— Eduardo Paes (@eduardopaes_) December 24, 2020
"Os eventuais atores privados na privatização da Cedae esperam certamente um ambiente de entendimento para que a empresa seja valorizada. Meu objetivo é ajudar. Só não vou assistir de camarote os cariocas sendo tungados. E duvido que outros prefeitos permitam que isso aconteça", disse Eduardo Paes em outra postagem.
A obrigatoriedade de todo recurso proveniente da venda da Cedae ser carreado para os cofres da União vai reduzir o montante do débito do Rio e impactar o tamanho das parcelas programadas para o pagamento do Plano de Recuperação Fiscal.
A medida retira do governo do estado a capacidade de novos e imediatos investimentos estruturantes. O texto original da privatização da empresa, assinado pelo governador em exercício Claudio Castro, não continha esta previsão.
O Sintsama-RJ discorda do entendimento de que a privatização é necessária para amortizar a dívida da empresa. Segundo o sindicato, a Cedae é uma empresa lucrativa, e o governo do estado do Rio de Janeiro pode dispor de outros meios para pagar esta dívida, como a securitizacao de futuros dividendos a serem pagos pela Cedae, créditos estaduais da Lei Kandir e o crédito da Cedae junto à União da imunidade tributaria de impostos federais, já definido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao pressionar o botão "Publicar", você concorda expressamente com o processamento de dados da sua conta no Facebook para permitir que você comente notícias no nosso site usando essa conta. Você pode consultar a descrição detalhada do processo de processamento na Política de Privacidade.
Você pode cancelar seu consentimento removendo todos os comentários publicados.
Todos os comentários
Mostrar comentários novos (0)
em resposta a(Mostrar comentárioEsconder comentário)