Após Iugoslávia e Líbia não devia haver outras expectativas sobre EUA no Afeganistão, diz MRE russo

© AFP 2023 / Wakil KohsarVoluntário carrega um afegão ferido no aeroporto de Cabul, Afeganistão, 16 de agosto de 2021
Voluntário carrega um afegão ferido no aeroporto de Cabul, Afeganistão, 16 de agosto de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 17.08.2021
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O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que a situação atual no Afeganistão é um resultado lógico de ações norte-americanas no país e que os EUA não conseguiram alcançar seu objetivo principal de conter o Talibã.

A situação atual no Afeganistão é um resultado lógico após a retirada das tropas dos EUA e da OTAN, afirmou à Sputnik o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Aleksandr Grushko.

"Iugoslávia, Líbia, e agora o Afeganistão. Poderia haver outras expectativas? […] Um trilhão gasto para nada", disse Grushko.

O vice-ministro lembrou que durante os 20 anos de sua presença no Afeganistão a OTAN falou da força da "unidade transatlântica e da consideração pela opinião de cada membro da aliança: chegamos juntos e sairemos juntos".

"Os EUA disseram 'basta' e toda essa unidade transatlântica se revelou em toda sua glória", comentou Grushko.

Além disso, o vice-chanceler russo destacou que anteriormente a Rússia propôs à OTAN criar um algoritmo de cooperação sobre o Afeganistão para o caso de haver uma crise, mas a aliança não se mostrou interessada.

Conter o Talibã

A representante oficial da chancelaria russa, Maria Zakharova, manifestou seu desacordo com a recente declaração do presidente norte-americano Joe Biden, que afirmou que os EUA alcançaram todos seus objetivos no Afeganistão.

"Tantas coisas foram ditas em Washington sobre como os objetivos determinados no Afeganistão foram alcançados que quero deixar algo claro. Quando as entidades oficias, com uma ligeireza estranha, começam a fantasiar sobre 'objetivos' e os enumerando, então é preciso perguntarmos: quem e como determinou estes objetivos", escreveu Zakharova.

Zakharova recordou que em 2000 foi criada a Força Internacional de Apoio à Segurança (ISAF, na sigla em inglês), liderada pela OTAN, para atuar no Afeganistão. Inicialmente, a ISAF deveria garantir a segurança em Cabul e seus arredores, mas em 2003 sua missão foi expandida para todo o território do país.

"O objetivo do aumento do contingente no Afeganistão foi conter a atividade dos militantes do movimento Talibã [organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países], dando tempo aos afegãos para tomarem controle do país. Agora vocês mesmos podem tirar conclusões se os objetivos foram alcançados ou não", comentou Zakharova.

No domingo (15), os islamistas entraram na capita afegã Cabul e assumiram o controle do palácio presidencial. Após a fuga do ex-presidente afegão Ashraf Ghani, o Talibã anunciou seu controle total sobre as entidades estatais na capital, sobre a guarda do palácio presidencial e sobre a organização de patrulhas noturnas na cidade.

Na noite de segunda-feira (16), o porta-voz do gabinete político do movimento Talibã, Mohammed Naim, afirmou que a guerra no Afeganistão acabou e que a forma de governo do Estado será determinada no futuro próximo.

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