Tanto Austrália quanto EUA teriam poucas chances em guerra contra China, diz ex-general australiano

© AP Photo / Mark BakerHomem rema em um caiaque tendo ao fundo o navio de guerra australiano HMAS Arunta
Homem rema em um caiaque tendo ao fundo o navio de guerra australiano HMAS Arunta - Sputnik Brasil, 1920, 27.07.2021
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Segundo ele as forças militares da Austrália durariam "apenas alguns dias" em uma guerra cada vez mais provável contra a China e que o Exército dos EUA não seria tão poderoso quanto parece.

O ex-general do Exército australiano e atual senador liberal, Jim Molan, alertou sobre a verdadeira ameaça que a China representa para a Austrália a um canal de TV do país na terça-feira (27). Segundo Molan, os australianos precisam começar a aceitar e se preparar para uma guerra com o "vizinho cada vez mais agressivo".

O senador acredita que "a guerra é mais provável do que a maioria das pessoas está disposta a admitir", advertiu.

"China e segurança nacional são a questão mais perigosa para nós", afirmou o senador Molan, descartando a suposição de que os EUA protegeriam a Austrália da China, já que segundo ele o Exército norte-americano é mais fraco do que a maioria das pessoas imagina.

O ex-general contou ainda que exercícios secretos de guerra vazaram para o público, mostrando que o Exército dos EUA provavelmente seria derrotado se um conflito com a China ocorresse. 

© AP Photo / Laszlo BaloghParaquedistas da 173ª Brigada Aérea do Exército dos EUA se preparam para embarcar em aeronave em Papa, Hungria, 11 de maio de 2021
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Paraquedistas da 173ª Brigada Aérea do Exército dos EUA se preparam para embarcar em aeronave em Papa, Hungria, 11 de maio de 2021

No caso de um confronto sobre Taiwan, o senador Molan apostou que os EUA também provavelmente perderiam, deixando a Austrália sozinha: "Se os americanos entrarem e tentarem atacar Taiwan e perderem - e há uma boa probabilidade de que o façam - então nós [Austrália] estaremos por conta própria", disse.

O senador Molan elogiou a "brilhante" e "inteligente" Força de Defesa Australiana (ADF, na sigla em inglês), mas enfatizou que ela simplesmente não era páreo para a China, que possui o maior exército do mundo.

"[A ADF] Não pode lutar com força suficiente. Não é grande o suficiente, não tem massa para defender este país […] Mesmo em 10 anos, teremos um exército que ainda não é letal o suficiente", adiantou.

Por fim, o senador Molan disse que nem tudo era desgraça e tristeza para a Austrália, destacando que o principal conflito global era entre a China e os EUA e não entre a China e a Austrália.

Embora o ex-general acredite que a guerra seja "provável", ele não acha que seja inevitável. Por enquanto, o senador Molan diz que os militares australianos devem voltar à prancheta, permanecer prudentes quanto ao potencial de guerra e se concentrar na segurança estratégica interna.

Porto de Darwin

Um dos primeiros passos, segundo o senador Molan, é retomar o porto de Darwin, por ser uma base crítica de projeção de defesa.

"Retirar Darwin seria uma indicação de autoconfiança, preocupação, determinação e resolução. É por isso que acredito que devemos fazer isso", indicou.

Darwin sempre foi de importância estratégica para a Austrália, devido à sua proximidade com a região Ásia-Pacífico. No entanto, nos últimos anos, essa importância cresceu exponencialmente, à medida que o poderio econômico e militar da China aumentou significativamente.

O porto de Darwin pertenceu à estatal chinesa Landbridge desde 2015, depois que o Partido Liberal do país do governo do Território do Norte concedeu à corporação um arrendamento do porto por 99 anos.

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