Primeiro-ministro do Haiti declara estado de emergência após assassinato do presidente Jovenel Moïse

© AFP 2023 / Timothy A. ClaryJovenel Moïse, presidente do Haiti, discursa na 73ª sessão da Assembleia Geral nas Nações Unidas em Nova York, EUA, em 2018. Foto de arquivo
Jovenel Moïse, presidente do Haiti, discursa na 73ª sessão da Assembleia Geral nas Nações Unidas em Nova York, EUA, em 2018. Foto de arquivo - Sputnik Brasil, 1920, 07.07.2021
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Decisão foi anunciada nesta quarta-feira (7) horas após a morte do presidente Jovenel Moïse, que teria sido assassinado em casa por um grupo de indivíduos não identificados.

O primeiro-ministro interino do Haiti, Claude Joseph, comunicou nesta quarta-feira (7) que um grupo de pessoas não identificadas atacaram a residência privada do presidente do Haiti, que foi baleado mortalmente. A primeira-dama também foi ferida, tendo sido internada. Claude Joseph acrescentou que os assassinos de Jovenel Moïse falavam inglês e espanhol.

"Em estrita aplicação do artigo 149 da Constituição, acabo de presidir uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros e decidimos declarar o estado de sítio em todo o país", disse o primeiro-ministro, citado pela agência AFP.

Claude Joseph caracterizou o ataque "hediondo, desumano e bárbaro" e apelou à calma.

"A situação de segurança no país está sob o controle da Polícia Nacional Haitiana e das Forças Armadas Haitianas. Todas as medidas estão sendo tomadas para garantir a continuidade do Estado e para proteger a Nação", lê-se no comunicado divulgado nesta quarta-feira (7).

© REUTERS / Andres Martinez CasaresPresidente do Haiti, Jovenel Moïse, fala durante coletiva de imprensa no Palácio Nacional em Porto Príncipe, capital do país, 2 de março de 2020
Primeiro-ministro do Haiti declara estado de emergência após assassinato do presidente Jovenel Moïse - Sputnik Brasil, 1920, 07.07.2021
Presidente do Haiti, Jovenel Moïse, fala durante coletiva de imprensa no Palácio Nacional em Porto Príncipe, capital do país, 2 de março de 2020

Perplexidade ao redor do mundo

O Conselho de Segurança da ONU está chocado com o assassinato, disse a representante permanente da Irlanda nas Nações Unidas, Geraldine Byrne Nason, nesta quarta-feira (7). "É muito, muito triste ver o presidente do Haiti assassinado", disse Byrne Nason.

O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, condenou o assassinato e pediu que os responsáveis fossem levados à justiça. "O secretário-geral apela a todos os haitianos para que preservem a ordem constitucional, permaneçam unidos em face deste ato abominável e rejeitem toda a violência [...]. As Nações Unidas continuarão a apoiar o governo e o povo do Haiti", disse o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, segundo a agência Reuters.

O presidente colombiano, Iván Duque, citado pela agência AP, condenou o que chamou de "ato covarde" e expressou solidariedade ao Haiti. Ele pediu uma missão urgente da Organização dos Estados Americanos (OEA) "para proteger a ordem democrática".

A OEA, por sua vez, condenou "nos mais veementes termos o assassinato do presidente do Haiti", afirmando que o ataque "é uma afronta a toda a comunidade de nações democráticas representadas na OEA".

"Deploramos veementemente esta tentativa de minar a estabilidade institucional do país [...]. Rechaçamos este ato abjeto. Os desacordo e dissidência fazem parte de um sistema de governo forte e vigoroso. Assassinatos políticos não têm lugar em uma democracia. Chamamos ao fim de uma política irresponsável que ameaça inviabilizar os avanços democráticos e o futuro do país", acrescentou a organização em uma nota divulgada nesta quarta-feira (7).

O chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, declarou que está "chocado" com o crime.

​Chocado com o assassinato do presidente haitiano Jovenel Moïse. Tivemos um encontro em um fórum diplomático há apenas três semanas. Este crime representa um risco de instabilidade e uma espiral de violência. Os autores deste assassinato devem ser encontrados e levados à justiça.

A Casa Branca descreveu o ataque como "horrível" e "trágico". A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, acrescentou que os EUA estão preparados para ajudar o Haiti em momentos de necessidade.

"É um crime horrível, e sentimos muito pela perda que [o povo do Haiti] está sofrendo e passando ao acordarem esta manhã e ouvindo esta notícia [...]. E nós estamos prontos e ao seu lado para fornecer qualquer assistência que seja necessária", afirmou Psaki, citada pela emissora CNN. O presidente dos EUA, Joe Biden, por sua vez, chamou a situação no Haiti de muito preocupante e disse que mais informações eram necessárias sobre a morte do presidente do país.

Jovenel Moïse, 53 anos, era o 42º presidente do Haiti e tinha tomado posse em 2017. Moïse já havia sido alvo de outros ataques. O último ocorreu em fevereiro, quando as forças de segurança do país impediram uma tentativa de golpe de Estado e assassínio do presidente.

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