'Indesculpável': ONU rejeita manutenção de embargo de armas ao Irã e irrita os EUA

© AP Photo / Omid VahabzadehMíssil balístico de longo alcance Qadr H é disparado pela Guarda Revolucionária do Irã durante manobra no Irã, 9 de março de 2016 (imagem de arquivo)
Míssil balístico de longo alcance Qadr H é disparado pela Guarda Revolucionária do Irã durante manobra no Irã, 9 de março de 2016 (imagem de arquivo) - Sputnik Brasil
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Os Estados Unidos perderam nesta sexta-feira (14) uma tentativa das Nações Unidas de estender um embargo de armas ao Irã, enquanto o presidente russo Vladimir Putin propôs uma cúpula de líderes mundiais para evitar um "confronto".

A Rússia e a China se opuseram à extensão da proibição de armas, que deve expirar em outubro sob um acordo nuclear de 2015 entre o Irã e potências mundiais. Onze membros se abstiveram, incluindo França, Alemanha e Reino Unidos, enquanto os EUA e a República Dominicana foram os únicos votos a favor.

"O fracasso do Conselho de Segurança em agir de forma decisiva na defesa da paz e segurança internacionais é indesculpável", criticou o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, em um comunicado.

O embaixador da China na ONU, Zhang Jun, destacou em um comunicado após a votação que o resultado "mostra mais uma vez que o unilateralismo não é apoiado e que a intimidação falhará".

Washington deixou no ar a possibilidade de seguir adiante com a ameaça de provocar o retorno de todas as sanções da ONU ao Irã usando uma cláusula do acordo nuclear, embora os EUA tenham se retirado do acordo em 2018. Diplomatas adiantaram que isso pode acontecer na próxima semana, mas o país enfrentaria uma batalha difícil.

"Nos próximos dias, os Estados Unidos cumprirão a promessa de não fazer nada para estender o embargo de armas", alertou a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Kelly Craft, em um comunicado.

Diplomatas disseram que tal medida prejudicaria ainda mais o frágil acordo porque o Irã perderia um incentivo significativo para limitar suas atividades nucleares. O Irã já violou partes do tratado em resposta à retirada dos Estados Unidos do pacto e às sanções unilaterais.

© AP Photo / Vahid Salemi A usina nuclear de Bushehr, no Irã
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A usina nuclear de Bushehr, no Irã

O embaixador do Irã na ONU, Majid Takht Ravanchi, alertou Washington para não tentar ativar o retorno das sanções.

"Como já afirmamos, a imposição de quaisquer sanções ou restrições ao Irã pelo Conselho de Segurança será severamente cumprida pelo Irã e nossas opções não são limitadas. E os Estados Unidos e qualquer entidade que possa auxiliá-los ou concordar com seu comportamento ilegal, arcarão com a total responsabilidade", ponderou Ravanchi.

Putin propõe cúpula para impedir colapso do acordo nuclear

Putin propôs uma cúpula em vídeo com os Estados Unidos e as demais partes do acordo nuclear – Reino Unido, França, China, Alemanha e Irã - para tentar evitar mais "confrontos e escalada" nas Nações Unidas sobre Teerã.

"A questão é urgente", afirmou Putin em um comunicado, acrescentando que a alternativa era "apenas uma nova escalada das tensões, aumentando o risco de conflito. Tal cenário deve ser evitado".

Quando questionado se participaria da reunião, Trump disse aos repórteres: "Ouvi dizer que há algo, mas eles não me disseram nada". Já o presidente francês Emmanuel Macron está disposto a participar da cúpula on-line, garantiu o Palácio Eliseu.

Os EUA argumentaram que podem desencadear sanções porque uma resolução do Conselho de Segurança da ONU consagrando o acordo nuclear nomeou Washington como participante. Mas as demais partes do acordo se opõem à medida.

Putin disse que a Rússia, aliada do Irã na guerra civil síria, continua totalmente comprometida com o acordo nuclear e que o objetivo de uma cúpula seria "delinear as medidas que evitarão o confronto e a escalada da situação no Conselho de Segurança".

Trump, por sua vez, disse que deseja negociar um novo acordo com o Irã que o impedirá de desenvolver armas nucleares e restringir suas atividades na região e em outros lugares. O presidente considera o pacto nuclear de 2015, alcançado pelo governo Barack Obama, "o pior acordo da história".

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