Armas nucleares dos EUA na Turquia poderiam ser usadas contra Irã, segundo analista

© AFP 2023 / BRENDAN SMIALOWSKIUm míssil nuclear ICBM Titan II desativado é visto em um silo no Missile Museum Titan (imagem referencial)
Um míssil nuclear ICBM Titan II desativado é visto em um silo no Missile Museum Titan (imagem referencial) - Sputnik Brasil
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Em entrevista à Sputnik Internacional, a professora de Ciências Políticas Jana Jabbour comentou a probabilidade dos EUA retirarem suas armas nucleares presentes na Turquia com o agravamento das relações entre ambos os países.

Desde que a Turquia iniciou sua operação Fonte de Paz na Síria, o país tem sido alvo de críticas internacionais e corre o risco de ficar isolado.

Entre os países descontentes com a política do presidente Turco, Recep Tayyip Erdogan, configuram os Estados Unidos. Washington tem ameaçado Ancara com sanções, apesar de as relações entre a Turquia e os EUA serem de longa data.

De acordo com o jornal norte-americano The New York Times, os EUA estariam planejando a retirada das suas armas nucleares táticas  presentes na Turquia.

Comentando o assunto, Jana Jabbour, professora de Ciências Políticas do Instituto de Estudos Políticos de Paris, França, explanou a complexidade do tema em entrevista à Sputnik Internacional.

Segundo Jana, as armas que estariam armazenadas na base aérea de Incirlik, na Turquia, possuem papel importante demais no Oriente Médio.

"As armas nucleares que estão na base aérea de Incirlik podem ser usadas a qualquer momento contra o Irã em caso de uma guerra surpresa entre os EUA e o país persa", afirmou Jabbour.

Desta forma, os EUA deverão manter essas armas no local devido às tensões entre Teerã e Washington. 

"Dada a importância estratégica da base aérea de Incirlik e a importância destas armas no contexto de uma potencial guerra no Oriente Médio, duvido muito que os Estados Unidos removam ou reinstalem estas armas nucleares", explicou ela.

Além disso, o armamento seria visto como um apoio à defesa dos aliados dos EUA na região.

"Estas armas podem servir ainda como uma garantia de segurança do vizinho [da Turquia] Israel", acrescentou Jabbour.

OTAN sem Turquia?

Ainda segundo a acadêmica, o discurso de Erdogan contra o Ocidente não deve ser visto como um sinal de que o país deseja sair da OTAN.

"Ele [Erdogan] continuará no caminho de críticas ao Ocidente, em particular aos EUA, por terem traído a Turquia e a abandonado em momentos cruciais, comprometendo a segurança do país. Porém, de forma alguma Erdogan consideraria uma saída da Turquia da OTAN", acrescentou a professora.

Ao mesmo tempo, o uso de tais armas em um conflito no Oriente Médio seria perigoso demais, de acordo com Jana Jabbour. O emprego de artefatos nucleares em um conflito local poderia dar início a uma guerra total de grande escala no Oriente Médio, acredita a professora.

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