Chanceler turco à Sputnik: 'Nós não temos medo de ficar isolados'

© AP Photo / Emrah GurelForças turcas mantêm a segurança no posto fronteiriço de Cilvegozu, na fronteira com a Síria (foto de arquivo)
Forças turcas mantêm a segurança no posto fronteiriço de Cilvegozu, na fronteira com a Síria (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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Em entrevista exclusiva à Sputnik Persa, o chanceler da Turquia, Mevlut Cavusoglu, falou sobre a possibilidade de seu país ficar isolado após operação na Síria.

Desde que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, decidiu usar a força armada contra militantes curdos na Síria, diversos países demonstraram preocupação e não apoiaram Ancara.

Entre tais países configura o Irã. O governo persa tem alertado sobre as consequências da operação militar turca na Síria.

Além disso, o porta-voz do parlamento iraniano, Ali Larijani, cancelou sua ida à Terceira Conferência de Presidentes de Parlamentos para o Combate ao Terrorismo e Fortalecimento da Cooperação Regional em Istambul.

Perguntado durante uma entrevista exclusiva à Sputnik Persa sobre a decisão de Larijani, Cavusoglu evitou fazer grandes comentários.

"Eu não gostaria de comentar a decisão do presidente do parlamento de um dos países. Provavelmente ele teve motivos para não vir. Mas estamos contentes que nesta conferência participe o porta-voz da Duma de Estado da Rússia, Vyacheslav Volodin", disse Cavusoglu.

Isolamento

Em seguida, o ministro esclareceu a posição de seu país sobre a possibilidade de ficar isolado.

"Por que a Turquia deve temer ficar em isolamento? Nós combatemos o terrorismo, e ele é um inimigo comum", afirmou Cavusoglu.

A partir desta lógica, o chanceler turco crê que seu país deve receber o apoio de outros Estados em sua luta contra os curdos.

"Eu não acho que a Rússia seja contra a operação. Alguns temas sensíveis preocupam a Rússia, tais como a integridade territorial e a unidade do país. Nós também estamos preocupados. Se observarmos todas as declarações conjuntas da Turquia, Rússia e Irã, nós sublinhamos [a necessidade da manutenção da integridade territorial do país]", argumentou Cavusoglu.

O Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e seu braço armado, as Unidades de Proteção Popular (YPG), foram classificados pelo chanceler como "terroristas".

"Esta organização terrorista [YPG] segue uma agenda separatista e deseja dividir o país. Nós nos esforçamos para impedir isso. Nós lutamos contra o terrorismo junto com a Rússia. Por isso a Rússia nos apoiou na ONU. Se algum país tem duplos padrões em relação à nossa luta com o terrorismo, isso é problema deles. Nós não temos medo de ficarmos isolados, já que a verdade está do nosso lado por estarmos determinados a lutar contra o terrorismo", declarou o chanceler.

Em relação às possíveis sanções que os Estados Unidos podem impor ao país, a autoridade disse que a resposta estaria no site do Ministério das Relações Exteriores da Turquia.

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