Deputado alemão indica papel crucial da Rússia em evitar corrida armamentista nuclear

CC BY 2.0 / Hernán Piñera / Bundestag, sede do parlamento alemão
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O deputado alemão Jurgen Trittin declarou que o mundo está à beira de uma corrida armamentista nuclear, mas isso pode ser evitado se os países construírem melhores relações com a Rússia.

Em um artigo para o jornal Frankfurter Rundschau, o deputado do Bundestag (parlamento alemão) observou que os países europeus estão reagindo incorretamente à ameaça de uma nova corrida armamentista e estão tentando culpar a Rússia por tudo.

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"Apontar apenas para a Rússia, como o ministro alemão das Relações Exteriores Heiko Maas está fazendo, não vai ajudar. O mais provável é que dobrar os gastos militares, como [Angela] Merkel prometeu em Munique com o apoio do ministro das Finanças Olaf Scholz, estimule a corrida armamentista", escreveu Trittin.

Além disso, ele ressaltou que os Estados Unidos continuam destruindo os acordos internacionais. Depois de deixar o acordo climático de Paris, o acordo nuclear iraniano e a UNESCO, os Estados Unidos anunciaram o abandono do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), colocando o mundo em um perigo ainda maior.

"As ações da atual administração dos EUA caracterizam-se pela caótica destrutividade de Donald Trump e a agressão neoconservadora de [Mike] Pence e [John] Bolton. Essa é uma mistura tóxica que representa uma ameaça à segurança europeia", acrescentou o político.

Assim, Trittin acredita que a Europa deve oferecer sua própria solução para o problema, aprofundando as relações com a Rússia, bem como recusando-se a implantar o sistema de defesa antimísseis dos EUA em seu território.

"A segurança na Europa só é possível com a Rússia. A Aliança Atlântica deve não apenas propor a retirada das armas nucleares táticas da Europa, mas também abandonar o sistema americano de defesa antimíssil se a Rússia também estiver pronta para desarmar. Seria um acordo baseado em interesses mútuos: a Europa reduz a ameaça nuclear à sua segurança, e a Federação da Rússia — a ameaça à sua economia", concluiu.

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Em 2 de fevereiro, os EUA suspenderam suas obrigações quanto ao INF, assinado em 1987 com a então União Soviética, que proíbe as partes de terem mísseis balísticos terrestres, convencionais ou nucleares, com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros.

Washington tem alegado que o alcance do míssil 9M729 russo viola os limites do tratado, mas Moscou nega estas alegações, enfatizando que elas são infundadas. Por seu turno, a Rússia apontou que os sistemas de defesa dos EUA na Europa estão equipados com lançadores capazes de disparar mísseis de cruzeiro a distâncias proibidas pelo Tratado INF.

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