Será que OTAN está preparando nova operação na Líbia?

© Sputnik / Andrei Stenin / Acessar o banco de imagensUm militante das forças de autodefesa da Líbia olha o mar Mediterrâneo desde o litoral de Benghazi (2011, foto de arquivo)
Um militante das forças de autodefesa da Líbia olha o mar Mediterrâneo desde o litoral de Benghazi (2011, foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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Estão crescendo as evidências que apontam para o fato de que os países da OTAN podem estar preparando uma nova invasão do Estado falhado da Líbia, mas muitos especialistas duvidam que tal operação possa ter sucesso.

De acordo com fonte da RIA Novosti em Atenas, a Itália, Grécia e Malta decidiram fechar o seu espaço aéreo para os aviões líbios, porque a OTAN está a fazer preparativos para uma nova intervenção no país norte-africano.

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Antes, Jens Stoltenberg, secretário-geral da aliança, anunciou que o bloco militar estava pronto a interferir na situação da Líbia, caso o governo de unidade nacional (GNA) fizesse um pedido nesse sentido.

Depois de derrubada de Muammar Kadhafi em 2011, o país desmoronou-se, os territórios ficaram sob controle de vários grupos. O noroeste do país, com a capital em Tripoli, caiu nas mãos de uma coalizão de fações, incluindo islamistas. No leste, foi estabelecido o Estado de Khalifa Hafter, um general líbio. Na cidade de Tobruck, localizada perto da segunda cidade mais populosa do país, Benghazi, existe um Parlamento nacional eleito. A Cirenaica, província costeira do norte, rica em petróleo, está sob controle dos extremistas, incluindo o Daesh.

O Daesh tem cerca de seis mil combatentes na Líbia, de acordo com a inteligência norte-americana. O grupo está ativamente envolvido no contrabando de petróleo e tráfico de pessoas através da costa da Líbia.

Existe uma preocupação de que o Daesh possa fundir-se com o Boko Haram, que opera na Nigéria. Se isso acontecer, a Líbia se transformará em um viveiro de terror, concordam muitos analistas. Neste cenário, os países do sul da Europa se tornariam um alvo fácil para os islamistas já que a Itália está separada da Líbia por um estreito de 350 km. 

Antes, os militantes do Daesh prometeram "conquistar Roma, se Alá quiser" em um vídeo de propaganda.

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No início de 2016, foi formado um governo de unidade nacional líbio, liderado pelo empresário Fayez Mustafa al-Sarraj, para unir o país, neutralizar a ameaça terrorista e lidar com o fluxo de migrantes que segue para a Europa a partir das costas líbias. No entanto, esses objetivos parecem ser inatingíveis para o governo, mesmo com apoio por parte dos países ocidentais.

"Os poderes apoiados pelos EUA e o Ocidente não representam o país como um todo", apontou Yuri Pochta da Universidade russa de Amizade dos Povos, dizendo que aquilo que chamamos nação líbia não existe e que Kadhafi formou o país a partir de diversas tribos.

Em 20 de maio, o general norte-americano Joseph Dunford, do Corpo de Fuzileiros Navais, afirmou que Washington pode enviar assessores militares para Tripoli para treinar as milícias locais a combater o Daesh. Ele disse que poderia ser uma operação de longo prazo.

No momento, estão implantados na Líbia pequenos contingentes dos EUA, Reino Unido e França.

"Eu não acho que a OTAN está preparando uma operação de grande escala na Líbia", disse Andrei Koshkin, cientista político da Universidade russa de Economia Plekhanov ao canal televisivo RT. "O mais provável é que a OTAN se concentre em ataques pontuais, como um bloqueio naval e ataques aéreos às posições do Daesh". 

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"Uma grande operação militar exige grande poder e financiamento", disse Vladimir Sotnikov do Instituto de Estudos Orientais da Academia de Ciências da Rússia, ao RT. Ele ressaltou que tanto os norte-americanos como os europeus não têm vontade de colocar as botas no terreno. No entanto, ele explicou que é impossível vencer o Daesh sem uma operação terrestre, bem como sem bloquear o financiamento dos militantes.

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