"Agora sabemos que as Igrejas oficiais, sejam elas evangélicas [protestantes] ou católicas, são politizadas de tempos em tempos", afirmou a diretora Alice Weidel, líder da AfD, para a revista local Focus. "A separação da Igreja e do Estado já não é observada".
Além de "poucas exceções", a Igreja agora tem "o mesmo papel sem glória [que teve] no Terceiro Reich", continuou.
As palavras ásperas de Weidel vieram em resposta aos comentários do bispo protestante Markus Droge, que questionaram se " alguém poderia se engajar de maneira crível como cristão na AfD".
"Não posso me envolver como cristão em uma festa que dramatiza medos, semeia desconfiança e prega a exclusão", disse o clérigo.
Anteriormente, o presidente da Conferência Episcopal Alemã, o cardeal Reinhard Marx, também advertiu sobre "linhas vermelhas" na política que os cristãos não podem atravessar, como "xenofobia, denegrir outras comunidades religiosas, exaltar a própria nação, o racismo, o antissemitismo e a indiferença à pobreza no mundo".
No entanto, Weidel afirma que a AfD é "o único partido cristão que ainda existe", descartando a União Cristã Democrática (CDU) da chanceler Angela Merkel como tendo perdido seus valores religiosos.
"O C na CDU foi reduzido a absurdo", disse política de direita, alegando que existe "uma união muito grande e forte dos fiéis" em seu partido.
No entanto, as opiniões de Weidel não coincidem exatamente com as do co-fundador do AfD, Alexander Gauland, que disse no ano passado que a AfD não era "um partido cristão", mas sim "um partido alemão que se esforça para realizar os interesses alemães".
Gauland e Weidel "precisam chegar a um acordo sobre sua compreensão diametralmente oposta do partido", disse a ex-chefe do grupo cristão da AfD, Anette Schultner, à DW, acrescentando que a crítica de Weidel à Igreja era "grotesca".
O próprio partido foi repetidamente acusado de ter a simpatia de nazistas, em razão das declarações inflamatórias de alguns membros do partido. A AfD, no entanto, nega essas afirmações, retratando tais militantes como "cidadãos preocupados".
Este ano, o partido entrou no Bundestag, o Parlamento alemão, pela primeira vez em sua história, assegurando 94 assentos nas eleições gerais de setembro.
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