Alexander Neu, deputado do Bundestag pelo partido A Esquerda (Die Linke) e que é membro da direção do comité parlamentar da defesa, criticou duramente essa decisão em entrevista para a Sputnik Alemanha.
Sputnik: Senhor Neu, o que há de errado com o fato de a nossa ministra da Defesa ir apoiar a Arábia Saudita em sua intensão de realizar reformas?
S: Sr. Neu, deixe-me discordar do senhor, porque a Arábia Saudita é membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU — ao contrário da Rússia. Por isso, é um membro reconhecido da comunidade ocidental em termos de valores.
AN: A pertença ao Conselho dos Direitos Humanos da ONU não é a garantia de que um país realiza alguma política particularmente humanista. Os membros do Conselho são eleitos. Aqui se trata simplesmente de poder.
S: A Arábia Saudita é a segunda maior importadora de armas do mundo e compra armas, em particular, à Alemanha. O que faz ela com todas essas armas?
S: A Alemanha vai aumentar ainda mais o apoio militar à Arábia Saudita e ensinar na academia militar de Hamburgo de três a cinco oficiais do exército da Arábia Saudita por ano.
AN: Sim, durante seus estudos eles terão de todos os dias, das oito da manhã até as oito da noite, enfrentar o problema dos direitos humanos.
S: A Arábia Saudita é um país membro da coalizão internacional criada pelos Estados Unidos da América para combater o Daesh (organização terrorista proibida em muitos países incluindo a Rússia), mas ao mesmo tempo está financiando grupos islâmicos como a Frente al-Nusra na Síria. Além disso, os sauditas estão conduzindo uma guerra no Iêmen. Será que é possível que o nosso governo federal não sabe a quem está fornecendo apoio militar?
S: Atualmente, a mídia está publicando muitas notícias de Aleppo sobre alegadas atrocidades do exército sírio — essencialmente acusando disso simultaneamente a Rússia. Será possível que após a libertação de Aleppo se revele de que "insurgentes" inofensivos realmente se tratava?
AN: Eu não acho que os políticos e a mídia alemães reconheçam que essas figuras são realmente terríveis. Por que neste caso eles teriam de admitir que durante muitos anos eles, por assim dizer, "apostaram no cavalo errado". Eles vão continuar falando de vítimas, rebeldes legítimos, oposição moderada, cujas fileiras podem conter acidentalmente dois ou três islamitas, o que não muda a essência. Eles vão contar a mesma lenda para no final, se possível, entregarem ao Tribunal Penal Internacional o governo sírio e, ao mesmo tempo, a Rússia.S: A Arábia Saudita desenvolve sua atividade em muitos países. Agora se soube que mesmo os serviços de inteligência alemães já alertam sobre o apoio dado a salafistas na Alemanha por parte de organizações religiosas da Arábia Saudita e do governo desse país. Será que o nosso governo não se preocupa com isso?
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