O relatório, que delineia os próximos dez anos de trabalho da OTAN, está agora centrado em "aumentar a capacidade de antecipar e reagir às atividades chinesas que minam a segurança dos aliados", de acordo com o South China Morning Post.
Emergência de uma nova ameaça?
Relativamente à Rússia, o relatório sugere que a coalizão "permaneça aberta para discutir a coexistência pacífica" com Moscou.
Sobre a China, porém, o relatório tem um tom mais agressivo, questionando a disposição de Pequim em usar a força contra seus vizinhos e a rapidez de sua modernização militar.
Ao retratar Pequim como um ator potencial no teatro europeu, o relatório - escrito por dez especialistas independentes nomeados pelo secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg - mostra a China como uma ameaça não apenas para os EUA, mas também para os membros europeus que tradicionalmente são céticos de serem atraídos para qualquer rivalidade militar entre os EUA e a China.
"A longo prazo, é cada vez mais provável que a China projete globalmente o seu poder militar, incluindo [potencialmente] na área euro-atlântica", disse o relatório. "Se os aliados são ameaçados pela China, a OTAN deve ser capaz de demonstrar a sua capacidade de ser um ator eficaz para fornecer proteção".
Da parte da OTAN
É acrescentado que a OTAN "deve dedicar muito mais tempo, recursos políticos e ação aos desafios de segurança colocados pela China" e "deve melhorar sua capacidade de coordenar estratégia e garantir a segurança dos aliados face a face com a China". Adicionalmente, o país "provou sua disposição em usar a força contra seus vizinhos, bem como repressão econômica e diplomacia intimidatória muito além da região Indo-Pacífico".
Por essa razão, a China "deve ser considerada em futuras negociações de controle de armas, especialmente no contexto de armas nucleares e mísseis balísticos", e a aliança norte-atlântica "deve encorajar a China a se comprometer em um controle de armas significativo e verificável, para reduzir a chance de uma corrida armamentista na Ásia e além", disse o relatório.

Mesmo que a China ainda não represente uma ameaça militar imediata, a mesma está expandindo o seu alcance militar no Atlântico, Mediterrâneo e Ártico, aprofundando os laços de defesa com a Rússia e desenvolvendo mísseis e aeronaves de longo alcance, porta-aviões e submarinos de ataque nuclear com alcance global, extensas capacidades baseadas no espaço e um arsenal nuclear maior, de acordo com a mídia.
"Na próxima década, a China provavelmente também desafiará a capacidade da OTAN de construir resiliência coletiva, assegurar a infraestrutura crítica, lidar com tecnologias novas e emergentes, como 5G, e proteger setores sensíveis da economia, incluindo cadeias de abastecimento", acrescenta.

Deste modo, o relatório também pede aos aliados da OTAN que "defendam a coesão" enquanto se envolvem com a China bilateralmente, lembrando à OTAN que a mesma deve concentrar suas críticas nas autoridades de Pequim, e não na nação (chinesa) como um todo.
Ao pressionar o botão "Publicar", você concorda expressamente com o processamento de dados da sua conta no Facebook para permitir que você comente notícias no nosso site usando essa conta. Você pode consultar a descrição detalhada do processo de processamento na Política de Privacidade.
Você pode cancelar seu consentimento removendo todos os comentários publicados.
Todos os comentários
Mostrar comentários novos (0)
em resposta a(Mostrar comentárioEsconder comentário)