Por que armas nucleares não são mais testadas?

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Explosão nuclear no Atol de Bikini - Sputnik Brasil
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Há exatos 55 anos, em 10 de outubro de 1963, entrou em vigor o Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares na atmosfera, no espaço sideral e no ambiente subaquático.

O documento foi assinado pelas principais potências militares da época: a União Soviética, os EUA e a Grã-Bretanha. No entanto, nem todos os membros do "clube nuclear" se juntaram a ele.

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Até 1963, os opositores da Guerra Fria conseguiram explodir milhares de quilotons e dezenas de megatons na água, no ar e no solo. Cientistas e militares receberam muitas informações sobre o comportamento dessas armas, revelaram empiricamente seus pontos fortes e fracos e criaram meios de proteção contra fatores destrutivos. Tendo demonstrado do que uma bomba nuclear é capaz, esses testes realmente impediram a 3ª Guerra Mundial e causaram danos sérios, mas recuperáveis.

A maioria dos locais onde foram realizados testes nucleares ainda é inadequada para a moradia. Por exemplo, o Atol de Bikini (que faz parte da República das Ilhas Marshall) foi usado por muito tempo pelo Pentágono para testes nucleares e termonucleares. Em 1º de março de 1954, os norte-americanos explodiram a bomba de hidrogênio Castle Bravo no local, quando o deutério de lítio foi usado pela primeira vez. O cogumelo causado pela explosão foi visivelmente maior do que o do primeiro teste termonuclear realizado em 1º de novembro de 1952. A explosão causou danos imensuráveis, mudando para sempre a forma do atol.

A contaminação radioativa também foi extremamente grave. Segundo fontes nos EUA, a Castle Bravo figura como a maior explosão "suja" em toda a história dos testes nucleares norte-americanos: uma vasta área com mais de 550 quilômetros de comprimento e cerca de 100 quilômetros de largura foi contaminada.

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A União Soviética também realizou testes nucleares, explodindo uma bomba de hidrogênio de 58 megatons Tsar Bomba AN602, desenvolvida entre 1954 e 1961. Essa bomba, considerada a mais poderosa munição de todos os tempos, foi testada em 30 de outubro de 1961 no polígono de testes nucleares Sukhoi Nos, no arquipélago de Nova Zembla. Um bombardeiro modificado Tu-95V foi usado como portador.

A bomba foi lançada a partir de uma altura de dez quilômetros e meio e explodiu a 4,2 mil metros. O cogumelo nuclear da explosão cresceu uns 70 quilômetros, ultrapassando os limites da estratosfera. Esta experiência provou: é possível aumentar o poder de explosão termonuclear infinitamente, até a destruição total do local de testes nucleares.

Início de testes subterrâneos

Os soviéticos iniciaram negociações em Genebra com o propósito de limitar os testes nucleares em todo o planeta. O primeiro tratado internacional para regulamentar o processo da criação de armas nucleares entrou em vigor em 10 de outubro de 1963. A partir de então, começaram os testes subterrâneos.

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Entre 1964 e 1990, a União Soviética realizou quase 500 explosões subterrâneas. Os testes não serviram apenas para fins militares, mas também para intensificar a extração de petróleo, gás e metais.

Uma proibição legalmente completa de testes nucleares entrou em vigor em 10 de setembro de 1996. Até o momento, o acordo não foi assinado pela Índia, Paquistão e Coreia do Norte. No dia 3 de setembro de 2017, Pyongyang testou uma carga nuclear no polígono de Punggye-ri. Segundo especialistas ocidentais, o poder da explosão variou de 60 a 300 quilotons, gerando uma onda negativa da sociedade internacional. Devido ao incidente, o líder norte-coreano Kim Jong-un anunciou o congelamento do programa de testes nucleares e de mísseis em 20 de abril de 2018, cumprindo o que foi tratado em mesa de negociações.

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