A equipe do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA trabalha em um projeto ambicioso: transportar um telescópio de 2,5 metros de altura para a estratosfera dentro um balão do tamanho de um campo de futebol. Inflado com hélio, o balão terá 150 metros de largura e será capaz de atingir uma altitude de 40 quilômetros.
O Telescópio Estratosférico Astrofísico para Observações de Alta Resolução Espectral em comprimentos de onda submilimétricas (ASTHROS, na sigla em inglês) terá quatro missões. Irá mapear a presença de dois tipos específicos de íons de nitrogênio, "que podem revelar locais onde ventos de estrelas massivas e explosões de supernovas remodelaram a forma de nuvens de gás nessas regiões", explica a NASA em comunicado.
Em seguida, os primeiros mapas 3D detalhados serão criados com informações sobre densidade, velocidade e movimento dos gases nessas regiões. "O mapeamento de nitrogênio que faremos com o ASTHROS nunca foi feito antes e será emocionante ver como essas informações ajudam a criar modelos mais precisos", comenta Jorge Pineda, principal pesquisador da missão ASTHROS.
O terceiro objetivo é observar a galáxia Messier 83 para reunir mais informações sobre o sistema de resposta estelar. "Acho que entendemos que o sistema de resposta estelar é o principal regulador da formação de estrelas ao longo da história do universo", afirma Pineda.
Por fim, a estrela anã laranja TW Hydrae também receberá atenção do telescópio, que irá medir a massa do grande disco de poeira e gás que cerca o corpo celeste. Essa observação pode ajudar os astrônomos a entender como diferentes tipos de planetas se formam nos jovens sistemas solares.
O lançamento do ASTHROS está programado para 2023 na Antártica e o balão deve realizar duas ou três voltas ao redor do Polo Sul durante três a quatro semanas. Quando a missão estiver concluída, será enviado um comando para separar o balão da gôndola, que retornará à Terra em um paraquedas para eventual reutilização.