Telescópio ASKAP detecta estruturas circulares de ondas de rádio de origem desconhecida

© AP Photo / Liu Xu O radiotelescópio chinês FAST, o maior do mundo, está situado na região montanhosa da província de Guizhou
O radiotelescópio chinês FAST, o maior do mundo, está situado na região montanhosa da província de Guizhou - Sputnik Brasil
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Durante observações recentes com o radiotelescópio australiano ASKAP, astrofísicos observaram curiosas estruturas de rádio no espaço. Algumas dessas estruturas circulares contêm galáxias e outras não.

O ASKAP consiste em 36 antenas parabólicas idênticas, cada uma de 12 metros de diâmetro, que trabalham juntas como um único instrumento, possuindo uma área total de coleta de aproximadamente quatro mil metros quadrados, estando em serviço desde 2018.

Malgrado a poderosa capacidade do ASKAP, os pesquisadores ainda não determinaram a natureza e o processo de formação desses círculos de ondas de rádio.

Ray Norris, da Universidade de Western Sydney (Austrália), e seus colegas detectaram estas misteriosas ondas de rádio no espaço sem, contudo, chegarem a nenhuma ideia sobre sua formação, tamanho ou distância, informou em 7 de julho o portal científico Trust My Science.

Os círculos não parecem corresponder a nada antes visto no espaço, então os pesquisadores os apelidaram de Odd Radio Circles (ORC, na sigla em inglês).

A descoberta aconteceu durante uma pesquisa associada a um projeto para identificar todas as fontes de rádio no céu.

Os pesquisadores descobriram um total de quatro círculos: três usando o ASKAP e o quarto pesquisando dados de arquivo de um outro telescópio.

​Os astrônomos nunca viram nada parecido... Eles ainda não conhecem nem a natureza, nem o processo de formação desses círculos de rádio

A equipe crê que as pesquisas anteriores não tinham observado estes círculos porque os telescópios usados não eram capazes de detectar ondas de rádio tão fracas.

Astrônomos sabem muito pouco sobre os ORC no momento. Eles são simétricos e suas bordas são mais brilhantes que seu interior. Dois deles têm uma galáxia no meio, ao contrário dos dois restantes, que não têm nenhuma.

Os cientistas desconhecem por enquanto o tamanho ou a distância a que estão, porque a equipe não conseguiu associá-los a objetos cuja distância é conhecida. Dois aparecem próximos um do outro no céu, mas a distância física entre eles não foi determinada.

Não está claro se os quatro objetos têm origem semelhante e até agora os pesquisadores não têm nenhuma explicação sobre o que são, embora tenham sido capazes de confirmar que os objetos existem e não são simples efeitos do telescópio ASKAP.

Norris e sua equipe de 28 astrônomos confirmaram as observações recorrendo a outros telescópios, conforme relatam em seu estudo publicado pela Universidade de Cornell (EUA).

A equipe diz que os ORC se assemelham mais a remanescentes de supernovas. Mas Mikako Matsuura da Universidade de Cardiff (Reino Unido) acha isso pouco provável.

CC BY 3.0 / CSIRO / Antenas do radiotelescopio ASKAP na Austrália
Telescópio ASKAP detecta estruturas circulares de ondas de rádio de origem desconhecida - Sputnik Brasil
Antenas do radiotelescopio ASKAP na Austrália

"Sabemos quantas estrelas existem, com base em observações anteriores, então sabemos aproximadamente quantos restos de explosões estelares podem ser encontrados."

Para Matsuura, havendo apenas 350 vestígios de supernovas confirmadas na galáxia, a probabilidade de se encontrar três deles na pesquisa do ASKAP é de 0,02%.

Outra explicação é que elas são simplesmente galáxias em forma de círculo, chamadas de galáxias anelares. Tais galáxias são geralmente fáceis de observar com telescópios ópticos, mas os ORC aparecem apenas em rádio.

A equipe opina que eles podem representar a onda de choque esférica de um evento transitório extragaláctico, ou a saída, ou um remanescente, de uma galáxia de rádio vista de ponta a ponta, adiantando ser necessário pesquisar muito mais.

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