O Rio de Janeiro está otimista e vive um clima de grande expectativa para o Réveillon deste ano.
Segundo uma pesquisa divulgada pelo sindicato dos Meios de Hospedagens do Município do Rio de Janeiro, a Hotéis Rio, cerca de 58% dos quartos de hotéis da cidade já estão reservados para a passagem de ano.
Para entendermos melhor a situação do setor hoteleiro durante o Réveillon no Rio de Janeiro, a Sputnik Brasil conversou com Paulo Michel, presidente da ABIH-RJ. Segundo ele, "58% de ocupação é um grande número, e nos anima muito. Mostra que a nossa retomada está sendo feita em grande estilo".
Apesar da queda, o índice é considerado positivo dentro do cenário de pandemia do novo coronavírus, que resultou, inclusive, no cancelamento das festas da virada nas praias da cidade.
No momento, os bairros mais procurados pelos turistas são o centro da cidade (67%), Copacabana e Leme (63%). Em seguida, aparecem Flamengo (61%), Recreio dos Bandeirantes (59%), Barra da Tijuca (52%) e Ipanema e Leblon (51%).
Na avaliação do presidente da ABIH-RJ, "existe uma grande demanda reprimida. As pessoas estão reclusas a muito tempo. E a viagem traz essa experiência necessária ao ser humano, que é conhecer novas pessoas, novos lugares. E nisso o Rio de Janeiro está muito bem localizado, muito perto de seus principais polos emissores, São Paulo e Minas Gerais".
O empresário sustenta que o Rio de Janeiro possuiu um potencial único no Brasil, pois "oferece experiências de natureza exuberantes". Para ele, essa demanda reprimida, de pessoas querendo viajar, nos leva a crer que o feriadão do Réveillon seja aproveitado.
"As pessoas querem respirar e comemorar em família, em um ambiente discreto, a passagem do ano", enfatizou.
Questionado sobre uma insegurança geral com relação à preparação dos hotéis e albergues da cidade, Paulo Michel afirma que esses estabelecimentos seguem rígidos protocolos de prevenção da COVID-19.
"Foi um ano difícil, mas de grandes aprendizados. A hotelaria se reinventou, se recriou. Foi preciso treinar nossos quadros de funcionários, criar novos serviços, implantar protocolos de segurança para que hóspedes voltassem a visitar a cidade. Fizemos a cartilha com as principais regras da hotelaria. Trabalhamos pela segurança e pelas medidas de higienização", disse o presidente da ABIH-RJ.
Paulo Michel não nega, contudo, que o ano foi muito difícil para economia nacional, "e principalmente para nós da hotelaria".
Ele lembra que "tivemos um Carnaval maravilhoso. E aí, algumas semanas depois, o mundo fechou, o mundo parou. E a hotelaria sofreu muito. Nós tivemos mais de 80% dos hotéis da cidade fechados por vários meses".
Turismo em 2021
Diante da iminente chegada das vacinas contra a COVID-19 no Brasil, a grande questão sobre o turismo é se o setor conseguirá se recuperar no ano que vem. Em setembro, a Fecomercio-SP avaliou que o turismo brasileiro deixou de faturar R$ 41,6 bilhões desde o início da pandemia de coronavírus, em março deste ano.
Para Paulo Michel, no entanto, "tudo ainda é muito incerto. Enquanto não tivermos vacina, a retomada será mais gradual e lenta".
O empresário aposta em uma vacinação geral para poder avaliar melhor o cenário. "Eu tenho certeza de que assim que tivermos uma vacina, teremos um 2021 melhor do que estamos esperando no momento", frisou.
A chegada do novo ministro
Confirmado ontem (10) como novo ministro do Turismo, Gilson Machado se apresentou e fez algumas declarações consideradas polêmicas. Ele defendeu que não são necessários novos lockdowns no país, porque, segundo ele, o setor de turismo "não aguenta".
Questionado sobre a novidade na pasta, o presidente da ABIH-RJ fez votos de confiança e boa sorte ao ministro, e afirmou que "Ministério do Turismo tem uma responsabilidade e um desafio muito grande no Brasil".