O Brasil teve uma alta de 4% nos assassinatos nos primeiros nove meses de 2020 em comparação com o mesmo período do ano passado, informou o site G1 a partir do índice nacional de homicídios com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.
O levantamento faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do site com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Comparando 2020 com 2019, foram registradas 32.298 mortes violentas contra 31.022 respectivamente. Isso significa 1.276 mortes a mais no mesmo período, os nove primeiros meses de cada ano.
O aumento de mortes acontece mesmo durante a pandemia do novo coronavírus, decretada em março, e que fez com que estados adotassem diversas medidas de isolamento social contra a COVID-19. A conclusão é que o número subiu mesmo com menos gente nas ruas.
A alta em 2020 interrompe uma sequência de queda recorde no país nos últimos dois anos para mortes por assassinatos. Em 2019, a queda chegou a 19% e o número total de vítimas foi o menor desde 2007, ano em que o Fórum Brasileiro de Segurança Pública passou a coletar os dados.
A única região onde o número subiu foi o Nordeste, 19%, exatamente a mesma região que puxou a descida dos últimos anos. Por estados, 16 tiveram alta. O Ceará teve aumento de 84%, o maior da federação, um número agravado pela greve das polícias no início do ano.
Para Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o fato de mais da metade das unidades federativas apresentarem crescimento dos homicídios nos nove primeiros meses do ano mostra que a violência não está restrita a um determinado território.
Ela ressalta também que 2019 foi o primeiro ano de gestão dos governadores eleitos em 2018 e eles herdaram um quadro relativamente confortável de redução dos homicídios, mas que não foram capazes de sustentar. E lembra da responsabilidade federal.
"Igualmente importante é entender qual a proposta do Ministério da Justiça para a área. Existe um plano nacional de segurança pública que foi aprovado em 2018 e nunca implementado. Ninguém sabe qual a estratégia do governo federal para reduzir homicídios e as poucas ações que são citadas dizem respeito à flexibilização de armas de fogo, o que deve na verdade impactar no aumento dos níveis de violência letal", encerrou.
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