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Inserção da mulher no mercado de trabalho explica queda da população brasileira, diz especialista

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Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) lançado nesta segunda-feira (17) mostrou que o Brasil foi ultrapassado pelo Paquistão e se tornou o sexto país mais populoso do mundo.

O relatório, chamado World Population Prospects (prospecções da população mundial), é lançado a cada dois anos pela divisão de população da ONU e traz análises para 235 países e áreas, baseadas em informações de censos nacionais, pesquisas por amostragem e tendências históricas.

O Brasil ocupava o quinto lugar do ranking dos países mais populosos do mundo desde a Segunda Guerra Mundial. Até 2100, o país deve ser ultrapassado por Nigéria, Etiópia, República Democrática do Congo, Tanzânia, Egito e Angola, ficando na 12ª posição.

Em entrevista à Sputnik Brasil, Ulisses Fernandes, professor de Geografia da População da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), explica que o Brasil vive um estágio conhecido como "segunda transição demográfica".

"A segunda transição equivale a dizer que há uma queda da taxa de natalidade, o que vai fazer que a partir da queda do ritmo de crescimento da população brasileira outras nações onde essa queda não está tão pronunciada como a nossa é natural que esses países com o crescimento maior ultrapassem o Brasil", explicou.

Um dos fatores, apontado por Ulisses Fernandes, que levam também ao Paquistão ultrapassar o Brasil é o aumento da inserção da mulher no mercado de trabalho brasileiro.

"O Paquistão nós estamos falando de um país que tem hoje uma taxa de crescimento populacional que beira 1,9% ao ano, então em uma cultura predominantemente muçulmana, onde a inserção da mulher não é a mesma do mundo ocidental, vamos entendendo porque países como Paquistão, ou como eu citei a Nigéria, tendem a ultrapassar o Brasil em relação ao tamanho da população", afirmou citando dados brasileiros da década de 70 que se assemelhavam com os do Paquistão atualmente.

A partir de 2046, prevê-se uma redução no número de pessoas no Brasil, chegando a 180,7 milhões em 2100. Segundo a projeção, o país deve perder cerca de 50 milhões de habitantes nesse período. O número de idosos, porém, deve continuar crescendo, tendo seu pico alcançado apenas em 2075, de acordo com as previsões.

"Nos anos 60 a mulher brasileira tinha em média 6 filhos e hoje nós não temos mais a taxa de reposição, ou seja, hoje a mulher brasileira tem um pouco mais de 1,9 filho", completou Ulisses Fernandes.

Segundo o relatório da ONU, a previsão para a população mundial é que ela pare de crescer apenas no fim do século.

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