Estará Washington disposta a invadir Coreia do Norte?

© Sputnik / Ilia Pitalev / Acessar o banco de imagensSoldados norte-coreanos durante a parada militar em homenagem ao 60º aniversário do fim da Guerra da Coreia, 2013
Soldados norte-coreanos durante a parada militar em homenagem ao 60º aniversário do fim da Guerra da Coreia, 2013 - Sputnik Brasil
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A ideia de invadir a Coreia do Norte e acabar com o governo da família Kim é, obviamente, cativante. Mas, ao que parece, as inúmeras implicações de uma ação militar não são verdadeiramente consideradas. Harry Kazianis, colunista do The National Interest, levantou a possibilidade de uma intervenção em grande escala contra Pyongyang.

Embora existam inúmeras formas de promover a mudança de poder em um país, pelo que parece, no caso da Coreia do Norte só é possível uma opção: uma intervenção militar, afirma o autor.

Tendo em conta que Pyongyang não está vinculado à economia global, a aplicação de sanções pode fazer pouco para acabar com o "reino dos Kim". Também não serão eficazes a pressão social nem a propaganda organizada para influenciar os cidadãos comuns. Por isso, muitos acham que "os tanques e as bombas são a única maneira de alcançar tal objetivo", escreve o jornalista.

Ataque de surpresa

O autor afirma que, na realidade, um ataque contra "o regime mais vil do mundo" pode resultar em um desastre total. Então Kazianis se pergunta: se Washington decidir mesmo atacar a Coreia do Norte, como seria organizada a ação militar contra o país asiático?

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Do seu ponto de vista, primeiro, Washington aumentaria significativamente o número de seus contingentes militares perto das fronteiras norte-coreanas, isso também levaria a um aumento da quantidade de tropas norte-americanas no território da Coreia do Sul.

O problema é que uma mobilização militar em massa não pode ser escondida. A inteligência norte-coreana descobriria tais planos. Como tal, Pyongyang teria um bom motivo para lançar um ataque forte para garantir a sua sobrevivência, opina o especialista.

Retaliação de Pyongyang

Além disso, a Coreia do Norte teria razões para lançar uma guerra nuclear. Uma vez que Washington decida que chegou o momento de acabar com o regime norte-coreano, Pyongyang não terá nenhuma razão para se conter. Enquanto se discute a possibilidade de a Coreia do Norte ser capaz de atingir o território continental dos EUA, Pyongyang pode atacar Seul e Tóquio.

"Kim, sabendo muito bem que não resistirá a uma invasão [contra o seu país], pode se decidir a levar consigo o maior número de vidas possível", considera o autor.

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Além disso, as tropas norte-coreanas podem ter outras armas de destruição em massa, por exemplo, armas químicas.

"Imaginem um cenário de pesadelo em que os norte-coreanos usam um pequeno lote de armas químicas. Apenas um punhado destas armas lançadas contra Seul pode provocar um tal pânico como não é visto desde os atentados de 11 de setembro de 2001. Há que evitar qualquer ataque contra alvos civis com essas armas ameaçadoras", adverte Harry Kazianis.

Efeitos inesperados

O autor lembra que há muitos outros efeitos inesperados de um ataque militar: Pyongyang pode ativar as células adormecidas para levar a cabo um ataque parecido com o de Charlie Hebdo na Coreia do Sul ou Japão, ou fazer explodir "bombas sujas" em território inimigo.

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Estes roteiros ainda não incluem os custos de reconstrução da Coreia do Norte em resultado de um conflito devastador, nem tem em conta a possibilidade de Pequim intervir.

Vale salientar, escreve o analista, que o governo norte-coreano já teve seis décadas para planejar uma resposta a qualquer tipo de invasão.

"Eu acho que toda a Ásia estará de acordo em que negociações sobre a diminuição da escalada na península da Coreia seriam uma boa ideia para todos. Esperemos que que estas se realizem em 2017, já que uma crise norte-coreana real seria terrível", concluiu Harry Kazianis seu artigo para The National Interest.

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