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Greve geral na Argentina vai afetar 7 milhões de pessoas; Milei ameaça cortar salários de grevistas

© AP Photo / Natacha PisarenkoManifestante se enrola em bandeira argentina durante protesto contra a escassez de alimentos em cozinhas comunitárias e as reformas econômicas propostas pelo presidente Javier Milei. Buenos Aires, Argentina, 7 de maio de 2024
Manifestante se enrola em bandeira argentina durante protesto contra a escassez de alimentos em cozinhas comunitárias e as reformas econômicas propostas pelo presidente Javier Milei. Buenos Aires, Argentina, 7 de maio de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 08.05.2024
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Quase 7 milhões de pessoas serão impedidas de se movimentar devido à greve geral convocada para esta quinta-feira (9) pela principal central sindical do país, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), na Argentina, de acordo com o governo.

"A decisão da CGT afeta aproximadamente 6.953.000 pessoas", precisou o porta-voz da Presidência, Manuel Adorni, em sua habitual coletiva de imprensa na Casa Rosada, sede do Executivo.

As projeções do governo presidido por Javier Milei antecipam ainda que 4 milhões de pessoas não poderão viajar de ônibus na zona metropolitana de Buenos Aires, que abrange a capital e 40 municípios adjacentes na província de Buenos Aires.
A greve visa protestar contra as reformas econômicas impulsionadas por Milei, em meio aos primeiros sinais de recessão e em um contexto em que os salários perderam o poder de compra devido à inflação. A medida de força da central sindical é uma rejeição às reformas que o atual governo tenta implementar, enquanto os sindicatos pressionam os senadores para que votem contra o capítulo trabalhista incorporado na Lei de Bases. Ambas as medidas receberam aprovação preliminar na Câmara dos Deputados na semana passada.
Além disso, 1,5 milhão de pessoas terão dificuldade de locomoção no interior do país e a mesma quantidade de habitantes ficará impossibilitada de se deslocar de trem, afirma o governo.
Em um clima crescente de conflito social, os sindicatos dos transportes realizaram protestos na segunda-feira (6) com a paralisação das atividades que afetam os serviços aéreo, ferroviário, metroviário e de carga, e na terça-feira (7) houve atos de movimentos sociais por todo o país.

Voos nacionais e internacionais cancelados

A estatal Aerolíneas Argentinas anunciou a suspensão de 191 voos devido à greve geral e deve afetar 24 mil passageiros — dos quais 18 mil planejavam viajar dentro do país, outros 3 mil planejavam uma viagem regional e o mesmo número planejava voar para o exterior —, além de causar um prejuízo de US$ 2 milhões (quase R$ 10,2 milhões).
Dos voos cancelados, 162 são voos domésticos, 27 regionais e 2 internacionais de longa distância.

Cortes de salários de funcionários públicos grevistas

O governo de Javier Milei anunciou que descontará o dia dos funcionários públicos que aderirem à greve e pediu que sejam denunciadas extorsões, caso ocorram.

"A greve não tem razão aparente. A linha 134 continua aberta para denunciar extorsões. Aos funcionários públicos que fizerem greve, será descontado o pagamento do dia. As organizações que participarem da marcha deverão arcar com os gastos decorrentes da situação", afirmou Adorni a jornalistas.

Boneco de Javier Milei durante a manifestação da greve nacional contra o governo do presidente argentino, no centro de Buenos Aires, em 24 de janeiro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 24.01.2024
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Milei enfrenta 1ª greve geral à frente do governo argentino (FOTOS, VÍDEO)
A primeira greve geral na gestão de Milei ocorreu em janeiro, quando milhares de pessoas tomaram as ruas de Buenos Aires contra as medidas tomadas pelo Executivo, que impactam principalmente o setor econômico.
As principais medidas que motivaram os atos da primeira greve foram a chamada Lei Omnibus e o megadecreto promulgado por Milei que resultou, entre outras coisas, em cortes no quadro de funcionários do governo e na limitação do direito à greve.

Produção industrial registra pior queda em 4 anos

Às vésperas da paralisação nacional, o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (INDEC) informou, nesta quarta-feira (8), que a produção industrial argentina caiu 21,2% em março em comparação com o mesmo mês de 2023, representando o maior colapso no setor desde maio de 2020, quando o país foi impactado pela pandemia.
O acumulado do primeiro trimestre de 2024 apresenta diminuição de 14,8% em relação ao mesmo período de 2023. Em março de 2024, o índice da série dessazonalizada mostrou uma variação negativa de 6,3% em relação ao mês anterior, e o índice da série tendência-ciclo registrou uma variação negativa de 1,4% em relação ao mês anterior.
As principais diminuições por ordem de incidência registraram-se nas divisões de alimentação e bebidas (14,2%); máquinas e equipamentos (37,9%); indústrias metalúrgicas básicas (34%) e produtos minerais não metálicos (35,8%).
O setor industrial fechou 2023 com uma contração de 1,8%, depois de ter registrado um aumento acumulado de 4,3% em 2022, abaixo dos 15,8% alcançados em 2021.
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