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Operação militar especial russa
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Conheça os países do Ocidente envolvidos na 'guerra por procuração' na Ucrânia

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Mercenário (imagem referencial) - Sputnik Brasil, 1920, 04.04.2024
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Nas últimas semanas, países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) têm discutindo abertamente a possibilidade de enviar tropas para lutar na Ucrânia. O presidente francês, Emmanuel Macron, foi o primeiro a deixar escapar a informação no final de fevereiro, quando declarou que "nada poderia ser descartado".
Na época, os líderes europeus afirmaram que tais planos estavam descartados. O chanceler alemão, Olaf Scholz, chegou a afirmar que a OTAN não tinha intenção de enviar tropas a Kiev.
Entretanto, no 75º aniversário da aliança, o consultor do Departamento de Estado dos EUA Edward Luttwak declarou que os Estados-membros do bloco "em breve terão que enviar soldados para a Ucrânia ou aceitar uma derrota catastrófica".
A declaração foi feita no site de notícias UnHerd nesta quinta-feira (4).

"Os britânicos e os franceses, juntamente com os países nórdicos, já estão se preparando discretamente para enviar tropas — tanto pequenas unidades de elite como pessoal de logística e apoio — que podem permanecer longe do front", escreveu ele.

Ele acrescentou que as unidades da OTAN "também poderiam aliviar os ucranianos atualmente envolvidos na recuperação e reparação de equipamentos danificados, e poderiam assumir as partes técnicas dos programas de treinamento existentes para novos recrutas". A presença de pessoal militar da OTAN na Ucrânia já não é segredo há muito tempo.
A seguir, a Sputnik apresenta alguns fatos e números que comprovam isso.

Estados Unidos

A administração do presidente Joe Biden já forneceu aproximadamente US$ 44,2 bilhões (R$ 222 bilhões) em ajuda militar para a Ucrânia desde o início de 2022, juntamente com suporte de inteligência.
Em novembro de 2022, Washington anunciou que enviaria "especialistas em armas" militares para a Ucrânia. A mídia dos EUA revelou em fevereiro de 2023 que o Pentágono planejava inserir comandos dos EUA na forma de "equipes de controle" na Ucrânia.
Em abril passado, foi revelado que pelo menos 97 soldados das forças especiais de cinco países da OTAN — incluindo 14 militares dos EUA — estavam operando na Ucrânia e que uma rede de 12 bases secretas da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) tem operado na Ucrânia desde 2014.
Além disso, cerca de 1,1 mil mercenários dos EUA se dirigiram para a Ucrânia desde o início do conflito, afirmou o serviço de imprensa do Ministério da Defesa russo em 14 de março de 2024. Até o momento do relatório, 491 deles haviam sido mortos.
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Reino Unido

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, prometeu 2,5 bilhões de libras esterlinas (R$ 16 bilhões) em financiamento militar para Kiev este ano. Com isso, os gastos com armas de Londres para a Ucrânia passará de 7 bilhões de libras esterlinas (cerca de R$ 44 bilhões) desde fevereiro de 2022.
Sunak também confirmou que há um "pequeno número" de pessoal do Exército britânico "apoiando as Forças Armadas da Ucrânia".
Soldados ucranianos também estão sendo treinados em um acampamento especialmente construído em uma localização secreta no leste da Inglaterra.
Mais de 60 mil militares ucranianos receberam treinamento no Reino Unido desde 2014, disse o secretário de Defesa do Reino Unido, Grant Shapps, em janeiro.
Estima-se que 822 mercenários britânicos tenham chegado à Ucrânia desde o início do conflito em 2022, com 360 mortos até meados de março, de acordo com o Ministério da Defesa da Rússia.

Canadá

O Canadá contribuiu para o treinamento de soldados ucranianos por meio de várias iniciativas, como a operação Unifier desde 2014. A missão foi transferida da Ucrânia para outros países após fevereiro de 2022.
No entanto, o ministro da Defesa Nacional, Bill Blair, sugeriu em entrevista ao Toronto Star que instrutores canadenses podem retornar à Ucrânia sob o recém-assinado acordo de segurança entre Ottawa e Kiev "quando as condições permitirem".
Além disso, o país já forneceu mais de 800 drones a Kiev no valor de US$ 95 milhões (cerca de R$ 500 milhões).
Quanto aos mercenários canadenses, foram identificados mais de mil, com 422 mortos até meados de março de 2024.
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França

A França está se preparando para implantar um contingente de tropas na Ucrânia, sendo que o primeiro escalão incluirá cerca de 2 mil soldados, de acordo com informações recebidas pelo Serviço de Inteligência Estrangeiro da Rússia.
Quanto aos franceses, que já estão na Ucrânia lutando como mercenários, estes sofreram enormes perdas. O Ministério da Defesa da Rússia relata que, entre cerca de 356 soldados franceses, 147 foram eliminados.
Em 17 de janeiro, as Forças Armadas russas destruíram um ponto de implantação temporária para combatentes estrangeiros em Kharkov, a maioria dos quais eram mercenários franceses, com cerca de 60 soldados mortos.

Polônia

Varsóvia tem sido uma grande apoiadora da Ucrânia, fornecendo ajuda militar e sediando esforços internacionais para treinar as forças do regime de Kiev.
A Polônia tem cerca de 3 mil de seus cidadãos lutando pela Ucrânia. O Ministério da Defesa russo diz que quase 1,5 mil deles foram mortos.
Em 10 de março, o ministro das Relações Exteriores polonês, Radoslaw Sikorski, revelou que tropas da OTAN já estavam presentes na Ucrânia, mas não especificou números ou países de origem.

Alemanha

A Alemanha, junto com a Polônia, assumiu a maior parte da responsabilidade pelo treinamento das tropas de Kiev.
Foi anunciado no ano passado que mais de 10 mil soldados ucranianos foram treinados em mais de 260 módulos de treinamento em sistemas de armas, como o tanque Leopard A1, o veículo de combate de infantaria Marder, o sistema de defesa aérea Patriot ou o obuseiro autopropulsado Panzerhaubitze 2000, fornecidos pela Bundeswehr.
Dos 235 mercenários que deixaram a Alemanha para a Ucrânia, 88 foram eliminados desde então.
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Romênia

Mercenários do grupamento de batalha romeno "Getica" afirmam ter participado da recente onda de ataques nas regiões fronteiriças russas. De cerca de 784 mercenários romenos, 349 foram mortos até março, segundo o MD russo.

Espanha

A Espanha tem sido um dos principais fornecedores de treinamento para os militares ucranianos em seu centro de comando de treinamento em Toledo. A instrução faz parte da Missão de Assistência Militar da UE em apoio à Ucrânia (EUMAM), criada em outubro de 2022.
Quanto aos mercenários, dos 149 que viajaram para a Ucrânia, 56 foram mortos até meados de março.

Lituânia

Na Lituânia, 1,6 mil ucranianos foram treinados este ano em 88 programas de curso de um ciclo de treinamento conduzido na Força Terrestre, Força Aérea e nas Forças de Operações Especiais, Polícia Militar, Comando de Logística, Comando de Treinamento e Doutrina e Academia Militar da Lituânia.
Autoridades lituanas também estão considerando a possibilidade de enviar tropas lituanas para a Ucrânia para treinar as tropas do país. Dos 147 "mercenários" que foram para a Ucrânia, 81 foram mortos.

Letônia

A Letônia planeja treinar 2 mil soldados de diferentes patentes das Forças Armadas da Ucrânia este ano, o que será o dobro do ano passado, informou a agência de notícias LETA, em 21 de janeiro, citando o Ministério da Defesa. Dos 109 mercenários na Ucrânia, 95 foram mortos desde então.

Estônia

A Estônia se juntou à operação Interflex liderada pelo Reino Unido para fornecer treinamento de combate a soldados ucranianos.
Segundo o Ministério da Defesa da Estônia, instrutores estonianos treinarão voluntários ucranianos em bases militares do Reino Unido, enquanto cooperam com soldados ucranianos sob a missão de treinamento EUMAM da UE na Estônia.
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Finlândia

A Finlândia também tem enviado pessoal de serviço para o Reino Unido para participar de um programa de treinamento para as Forças Armadas ucranianas. Quanto aos mercenários, dos 135 que foram para a Ucrânia, 44 teriam sido mortos, segundo relatos.

Dinamarca

Especialistas militares dinamarqueses têm treinado técnicos e pilotos ucranianos na Base Aérea de Skrydstrup, na Dinamarca, para operar os caças F-16 que o regime de Kiev espera receber ainda este ano.

Suécia

Moscou está ciente da participação do Exército sueco em hostilidades ao lado do regime de Kiev, declarou o Ministério das Relações Exteriores russo em 3 de abril. De acordo com o Ministério da Defesa russo, até 90 mercenários suecos serviram na Ucrânia, dos quais 25 foram mortos.
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O Ministério da Defesa russo afirmou em várias ocasiões que o regime de Kiev está usando mercenários estrangeiros como "carniça", advertindo que as Forças Armadas russas continuarão a destruí-los em toda a Ucrânia.
Quanto aos comentários de Macron, Moscou reiterou que um envio de tropas da OTAN para a Ucrânia tornaria inevitável um conflito direto entre a aliança e a Rússia.
As palavras de Macron foram rotuladas como "inaceitáveis" pelo vice-ministro das Relações Exteriores russo, Aleksandr Grushko. Ele apontou em entrevista à Sputnik que tais declarações "mostram a disposição de seguir o caminho da escalada em um momento em que o próprio Ocidente está sofrendo uma derrota estratégica 'no terreno'".
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