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Euromaidan só trouxe degradação e destruição à Ucrânia, diz ex-premiê ucraniano

© Sputnik / Aleksei FurmanTendas de apoiadores da integração europeia na Praça da Independência (Maidan), em Kiev, onde eclodiram confrontos entre a oposição e a polícia, em 18 de fevereiro de 2014
Tendas de apoiadores da integração europeia na Praça da Independência (Maidan), em Kiev, onde eclodiram confrontos entre a oposição e a polícia, em 18 de fevereiro de 2014 - Sputnik Brasil, 1920, 20.02.2024
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Nos dez anos após o fim do Euromaidan, a Ucrânia se degradou e se destruiu, os preços dos alimentos, de água, luz e serviços comunitários aumentaram várias vezes, disse em entrevista à Sputnik Nikolai Azarov, ex-primeiro-ministro ucraniano.
Em novembro de 2013, assistiu-se ao início de uma série de protestos na Ucrânia devido à decisão das autoridades de suspender uma política que visava a integração do país na União Europeia (UE). A agitação alastrou rapidamente, com a oposição do país apelando a uma revolução nacional.
Os protestos acabaram por se transformar em um golpe de Estado, levando à destituição do então presidente Viktor Yanukovich em fevereiro de 2014.
"Ao longo destes dez anos, podemos dizer que o país se deteriorou e basicamente se destruiu. Se falarmos do padrão de vida das pessoas, nem sequer é possível comparar com 2013, porque os preços dos alimentos aumentaram exponencialmente: entre 5 e 30 vezes ou mais. Por exemplo, as tarifas de água, luz e serviços comunitários também aumentaram 10-15 vezes", declarou Azarov.
Ele apontou para a enorme diferença entre o que está realmente acontecendo e o que foi prometido no Euromaidan há dez anos.
"Não aderimos a nenhuma União Europeia, é claro, e não vamos aderir, porque a União Europeia é uma associação de parceiros competitivos [...] e somente economias altamente competitivas podem funcionar normalmente neste espaço", acrescentou o político.
De acordo com ele, a propaganda enganosa continua envenenando as mentes dos ucranianos: as autoridades do país querem obrigar as pessoas acreditar que a Rússia é culpada por todos os problemas da Ucrânia, não a corrupção, o roubo, a gestão irracional, a violação das leis econômicas básicas pelas autoridades em Kiev.

Qual é o PIB real da Ucrânia?

De acordo com ex-premiê, após a chegada ao poder de Vladimir Zelensky, o Produto Interno Bruto (PIB) real no país diminuiu várias vezes e hoje não excede os US$ 60 bilhões (R$ 297,7 bilhões).
Azarov observou que as autoridades ucranianas distorcem os dados oficiais, afirmando que "o PIB no território do regime de Kiev é de US$ 175 bilhões [R$ 868 bilhões], o que é quase o mesmo que em 2013".

"O truque aqui é muito simples: eles incluem no PIB todos os subsídios, toda a ajuda colossal que é fornecida a eles [...]. Qual é o PIB real agora? Aqui está o verdadeiro PIB: dos US$ 175 bilhões, você tem que subtrair cerca de US$ 110 bilhões dessa ajuda, e fica cerca de US$ 60 bilhões", observou Azarov.

Planos da Europa em relação ao Exército ucraniano

Na entrevista, o ex-premiê ucraniano declarou que os planos da Comissão Europeia de tornar o Exército e o complexo militar-industrial da Ucrânia parte das capacidades militares europeias - um cenário completamente irrealista.
Anteriormente, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na sessão do Parlamento Europeu, anunciou a intenção de Bruxelas de fazer do Exército e da indústria militar da Ucrânia parte de suas próprias capacidades militares.
"Este é um cenário completamente irrealista e Ursula von der Leyen deveria se ocupar de seus assuntos. Ela tem funções bem definidas como presidente da Comissão Europeia, e as suas funções não incluem a criação de qualquer indústria na Ucrânia, nem outras questões semelhantes", disse Azarov.
Segundo ele, durante estes dez anos após o Euromaidan, os países do Ocidente coletivo têm estado envolvidos na destruição do complexo militar-industrial da Ucrânia.
Azarov afirmou que a decisão de Vladimir Zelensky de não realizar eleições presidenciais na primavera europeia na Ucrânia está ligada ao medo de perder seu cargo, mas, sem a votação, o político se torna um "presidente ilegítimo".
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"A decisão dele [Vladimir Zelensky] é ilegítima e, em 21 de maio de 2024, ele não será ninguém [...] Você pode alegar o que seja: a lei marcial, a guerra. A propósito, ele não declarou guerra. Formalmente, oficialmente, não há guerra. Então, por que você adiou a eleição? Só por causa de uma coisa - o medo de perder esta eleição", explicou Azarov.
Por fim, ele disse que as autoridades em Kiev não conseguirão fazer da Ucrânia uma "anti-Rússia", mais cedo ou mais tarde os laços entre os povos ucraniano e russo serão restaurados.
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