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França: polícia prende 79 pessoas durante invasão de agricultores a mercado em Paris (VÍDEOS)

© AP Photo / Daniel ColeBloqueio realizado por agricultores em estrada nos arredores de Paris durante a noite. França, 30 de janeiro de 2024
Bloqueio realizado por agricultores em estrada nos arredores de Paris durante a noite. França, 30 de janeiro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 31.01.2024
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Em todo o país, são mais de 100 pontos de rodovias bloqueados por agricultores que protestam contra as políticas do governo para o setor. Os atos começaram no início da semana, diante do encarecimento do diesel e de restrições no maior país produtor agrícola da Europa.
As tensões causadas pelos protestos em massa de agricultores em toda a França se acentuaram nesta quarta-feira (31). Mesmo após alertas de que o governo não permitiria a chegada dos atos aos arredores de Paris, o maior mercado atacadista da capital francesa foi invadido pelos manifestantes. Com isso, pelo menos 79 pessoas já foram presas pela polícia.
Conforme a AFP, manifestantes conseguiram entrar rapidamente na área de armazenamento do mercado de Rungis, ao sul de Paris, e provocaram diversos danos. Na sequência, o grupo foi retirado pelas forças de segurança.
Houve reforço policial na região, inclusive com veículos blindados, depois que dezenas de agricultores do departamento de Lot-et-Garonne, no sudoeste da França, chegaram ao mercado.

Prisões por bloqueios no trânsito

Antes do registro da invasão ao mercado, pelo menos 18 pessoas foram detidas por realizarem bloqueios no trânsito em Rungis e 15 foram levadas sob custódia. O ministro do Interior, Gérald Darmanin, informou mais cedo que os atos em todo o país contavam com a participação de mais de 10 mil agricultores.
Segundo Darmanin, qualquer tentativa de ações em áreas de mercados, aeroportos ou outros bens essenciais da região de Paris, que tem 12 milhões de pessoas, não seria tolerada pelo governo.
Ainda no domingo (28), o ministro disse que 15 mil policiais haviam sido mobilizados na região da capital para impedir que os tratores entrassem na região.
Nas últimas semanas, os agricultores na França têm protestado com bloqueios em estradas e despejando esterco e resíduos em frente a prédios do governo em todo o país. Os trabalhadores exigem o reconhecimento da importância de sua profissão e denunciam as políticas agrícolas do governo, que, segundo eles, reduzem a competitividade do setor.
O presidente francês Emmanuel Macron (E) fala com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, antes da cimeira do Conselho Europeu, na sede da UE em Bruxelas, em 30 de junho de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 31.01.2024
Panorama internacional
Firme recusa da França para acordo UE-Mercosul gera racha com Alemanha e abre polêmica no bloco

Setor agrícola francês emperra acordo entre UE e Mercosul

E é justamente o setor agrícola francês o grande responsável por emperrar as negociações do acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul. A questão tem gerado inclusive embates internos no bloco, principalmente entre França e Alemanha.
Desde o começo desta semana, o presidente Emmanuel Macron, pressionado pelas mobilizações, tem verbalizado que a ratificação do acordo entre União Europeia e Mercosul não tem chances de ser finalizada, uma vez que "é impossível fechá-lo".
Não só o mandatário disse isso à Comissão Europeia como também membros do seu governo. Nesta quarta-feira (31), o ministro da Economia e Finanças da França, Bruno Le Maire, afirmou que o acordo comercial com o Mercosul não deve ser assinado.
A Comissão Europeia rejeitou, na terça-feira (30), a informação francesa de que Bruxelas tinha posto fim às negociações com o Mercosul, dizendo que ainda pretendia concluir o acordo de livre comércio com o bloco sul-americano, o qual está sendo negociado há 25 anos.

"As negociações para um acordo com o Mercosul estão se arrastando há mais de 20 anos […]. Fazemos acordos excessivamente complexos e acabamos nos prejudicando porque não conseguimos alcançar nada em nenhuma das áreas econômicas. […] Todo acordo que não é concluído fortalece os outros e nos enfraquece. Às vezes, é possível ver que as pessoas ficam presas em uma única questão. Nas [negociações com] o México é a política energética, no Mercosul é a política agrícola, e todos os outros setores sofrem com isso. […] Portanto também devemos considerar se esses acordos comerciais devem ser divididos em partes para que possam ter efeito", disse Hildegard Muller, diretora da Associação da Indústria Automotiva alemã (VDA, na sigla em alemão).

Na visão de analistas e do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os argumentos franceses escondem um protecionismo, que não quer abrir seu mercado para o Mercosul.
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