Putin: mais de 600 mil pessoas estão na zona de combate, que se estende por 2 mil km

O presidente da Rússia comentou a operação militar especial em curso, que diz ter somente a defesa como objetivo.

Mais de 600.000 militares russos estão na zona de combate, disse na sexta-feira (26) Vladimir Putin, presidente da Rússia.

"Quanto à decisão de lançar a operação militar especial [...] não houve outras considerações além de uma – a defesa dos interesses da Rússia. Nenhuma mesmo. E não pode haver e não houve outros motivos ao abordar questões desse tipo", disse Putin em uma reunião com estudantes que participam da operação militar especial.

Ele notou que a Rússia tentou previamente e de todas as formas possíveis construir relações com a Ucrânia.

"Gostaria de lembrar de que há décadas que temos tentado de todos os modos construir relações com a Ucrânia, fizemos tudo o que podíamos: empréstimos favoráveis, recursos energéticos a preços irrisórios, acesso ao nosso mercado, tudo", acrescentou Putin.

"Provavelmente, há questões que exigem atenção adicional, soluções, algo precisa ser sempre ajustado, porque a zona de combate é grande, quase 2.000 quilômetros, e há mais de 600.000 pessoas na zona de combate", falou Putin.

Putin descreveu o que se passou na Ucrânia nas últimas décadas como a criação de "um enclave" antirrusso, e que isso acabou por forçar a Rússia a tomar medidas mais drásticas.

"Isso [operação militar especial] é uma tentativa de acabar com essa guerra, sim, por meios armados, em resposta ao uso por eles das forças armadas. Estou confiante de que alcançaremos a realização das metas, das tarefas e dos objetivos estabelecidos diante de nós."

Em geral, isso faz parte do caráter de nosso povo – em um momento difícil para a Pátria, não se poupar, dar o ombro para o país, disse ele.

Putin sobre relações russo-ucranianas

Segundo o mandatário, "com muita paciência, contamos com a parte pró-russa da sociedade ucraniana, é claro, construíamos as relações apenas por meios pacíficos, e não tínhamos quaisquer outros em mente".

"Mas, aparentemente, nosso adversário geopolítico entendeu que não seria possível simplesmente mudar toda a Ucrânia com essa população do sudeste, a população russófona", apontou Putin.

"E é por isso que, em 2014, eles realizaram um golpe de Estado e começaram a exterminar fisicamente todos aqueles que estavam determinados a desenvolver relações normais com nosso país. Eles simplesmente começaram a exterminar fisicamente. Ficou óbvio que não nos permitiriam estabelecer relações normais com nosso vizinho", lamentou.

Ataque ao avião Il-76

O alto responsável disse ainda que "era óbvio" que os mísseis foram lançados contra o avião Il-76, que carregava prisioneiros de guerra ucranianos, do território controlado por Kiev.

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que a inteligência da Ucrânia sabia que a bordo do avião Il-76 havia prisioneiros de guerra ucranianos.

Os restos dos projéteis encontrados no lugar da queda indicam que se trata de um sistema antiaéreo francês ou dos EUA, em alguns dias será claro, acrescentou ele.