'Grande personalidade' e 'homem da época': reações à morte de Kissinger se multiplicam

O falecimento do ex-secretário de Estado dos EUA (1973-1977) fez vários políticos se lembrarem do papel que teve na arena internacional durante sua vida, caracterizado por "realpolitik".

Henry Kissinger, o famoso diplomata dos EUA, faleceu nesta quarta-feira (29), meses após atingir seu 100º aniversário.

Ele venceu o Prêmio Nobel da Paz em 1973, apesar das avaliações contraditórias sobre sua conduta e visão políticas no que toca ao país norte-americano.

Vários políticos pelo mundo afora já reagiram à sua morte.

Vladimir Putin

O presidente da Rússia expressou suas condolências à esposa do especialista em geopolítica, e o chamou de diplomata excepcional e estadista sábio.

"Tive a oportunidade de me comunicar pessoalmente muitas vezes com esse homem profundo e extraordinário e, sem dúvida, guardarei dele a mais brilhante lembrança", avaliou Putin.

Vice-presidente do Conselho da Federação da Rússia

Na opinião de Konstantin Kosachev, vice-presidente do Conselho da Federação da Rússia (câmara alta do parlamento russo), Henry Kissinger entrará para a história como um diplomata excepcional que defendeu firmemente os interesses de seu país.

"Ele entrará para a história como um diplomata notável que defendeu com firmeza e habilidade os interesses de seu país, que tentou reviver a diplomacia e o diálogo mesmo em meio à loucura atual e à destruição dos políticos ocidentais", escreveu Kosachev sobre ele.

"Ele era um representante da chamada [escola de] realpolitik, pela qual foi tanto repreendido quanto elogiado. Ele foi capaz de construir relações pessoais e até mesmo fazer amizade com seus oponentes", não recorrendo somente a sanções, resumiu o legislador russo, acrescentando que teve a chance de se comunicar pessoalmente com Kissinger, e percebeu que se tratava de "uma grande personalidade e um homem da época".

Embaixada da China nos EUA

O povo chinês jamais esquecerá Kissinger, sua morte foi uma grande perda para o mundo inteiro, disse Liu Pengyu, porta-voz da Embaixada da China em Washington, à Sputnik.

"Ficamos profundamente chocados e tristes ao saber da morte de Henry Kissinger. Estendemos nossas profundas e sinceras condolências à sua família. A morte de Kissinger é uma grande perda para nossos países e para o mundo", disse Liu Pengyu. Ele apontou que se tratava de "um velho amigo da China", tendo em conta suas contribuições para as relações bilaterais.

Kissinger foi o responsável pela normalização das relações entre os EUA e a China, e seus esforços levaram à primeira visita do então presidente dos EUA, Richard Nixon (1969-1974), à China em 1972.

Primeiro-ministro do Japão

Fumio Kishida, premiê do Japão, saudou na quinta-feira (30) as "contribuições significativas" do falecido Henry Kissinger para a paz e a estabilidade na Ásia.

Kissinger "fez contribuições significativas para a paz e a estabilidade regionais, incluindo a normalização dos laços diplomáticos entre os EUA e a China", contou Kishida aos jornalistas.

"Gostaria de expressar meu mais sincero respeito pelas grandes conquistas que ele realizou", disse Kishida.

"Também gostaria de oferecer minhas condolências", acrescentou ele.