Após eleição de Milei, Argentina desiste de comandar Unesco e Brasil deve lançar candidata

A Argentina, que no domingo (19) elegeu Javier Milei como presidente do país, anunciou nesta quarta-feira (22) a retirada de seu candidato a cargo de diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Em seguida, o Brasil declarou imediatamente sua entrada tardia nesse pleito.

"O Governo da República Argentina decidiu retirar a candidatura da embaixadora [perante a Unesco] Marcela Losardo […] à presidência do Conselho Executivo", disse a delegação argentina à entidade em uma carta enviada aos membros estados, conforme divulgou a AFP.

Dessa forma, o governo brasileiro indicou a embaixadora Paula Alves de Souza para ocupar o posto.

O duplo anúncio constitui uma nova reviravolta na saga da eleição, marcada para sexta-feira, do próximo presidente do Conselho Executivo do órgão, que tem como diretora-geral a francesa Audrey Azoulay, que sai no final de 2025.

A ex-ministra da Justiça argentina, Marcela Losardo, era apoiada por várias chancelarias que recusaram a candidatura da sua única adversária, a franco-libanesa Vera El Khoury Lacoeuilhe.

Segundo vários diplomatas, a vitória nas eleições presidenciais argentinas do ultraliberal Milei, que possui posições antiaborto e céticas em relação ao clima, estão em desacordo com os valores da entidade da Organização das Nações Unidas (ONU) para a educação, a ciência e a cultura.