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Netanyahu: 'As pessoas questionavam George W. Bush após o 11 de setembro?'

© Abir SultanPrimeiro-ministro Benjamin Netanyahu durante conferência de imprensa sobre a guerra contra o Hamas. Tel Aviv, 28 de outubro de 2023
Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu durante conferência de imprensa sobre a guerra contra o Hamas. Tel Aviv, 28 de outubro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 12.11.2023
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Com a imagem cada vez mais desgastada inclusive entre os israelenses por conta da intensidade dos ataques na Faixa de Gaza, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu rebateu as críticas e disse ainda que a responsabilidade do seu governo não ter previsto o ataque do dia 7 de outubro só pode ser discutida após a guerra.
Na ocasião, mísseis do Hamas atingiram várias cidades de Israel e militantes do Hamas entraram no território pela região sul, quando morreram cerca de 1,4 mil pessoas.

"Por acaso as pessoas questionavam Franklin Roosevelt após Pearl Harbor? Por acaso as pessoas questionavam George W. Bush após o 11 de setembro [de 2001]?", rebateu ele, durante entrevista à rede de televisão norte-americana CNN.

Porém, o premiê ressaltou que terá de enfrentar perguntas difíceis após o conflito, que já deixou mais de 11 mil palestinos mortos só na Faixa de Gaza, além de levar sofrimento para a população civil diante da falta de alimentos, remédios, combustíveis e até água.
Sem previsão de um cessar-fogo, os ataques por terra e ar de Israel não têm poupado sequer escolas, hospitais e abrigos da Organização das Nações Unidas (ONU). Diversos países já pediram investigações contra Tel Aviv por crimes de guerra e contra os direitos humanos.
Questionado sobre os bombardeios a essas localidades, Netanyahu assegurou que as Forças de Defesa de Israel (FDI) tentam minimizar as baixas entre a população civil. "Estamos ajudando a criar bairros seguros", afirmou.
O conflito já provocou o deslocamento forçado de mais de 1,6 milhão de palestinos do norte para o sul da Faixa de Gaza.
O premiê disse que foram estabelecidas rotas para uma área segura na localidade, apesar dos relatos de ataques diários até na fronteira com o Egito, o que chegou a suspender a entrada de ajuda humanitária.
No sábado (11), o primeiro-ministro foi alvo de grandes protestos em Tel Aviv, quando uma multidão questionou a condução do governo frente à guerra.
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Israel nega pausas humanitárias

Além disso, Netanyahu segue contrário à ideia de estabelecer pausas humanitárias longas para intensificar a entrada dos caminhões com itens de necessidade básica — o envio pelo posto de controle de Rafah começou a cerca de três semanas, mas apenas pouco mais de 500 veículos entraram em Gaza, quando a necessidade é de pelo menos 300 por dia.
"Uma pausa não pode durar um dia. É o que o Hamas quer. Uma série de pausas intermináveis. Assim como os alemães após a Normandia", enfatizou o político, referindo-se à operação de desembarque das tropas aliadas na costa norte da França em 1944, que acelerou a derrota do III Reich, de Adolf Hitler.
Em declarações à NBC News, o político também falou sobre os reféns e opinou que "poderia haver" um acordo para liberar alguns dos cerca de 240 reféns detidos pelo Hamas.
o Hamas confirmou neste domingo que o país tem dificultado as negociações.
"Acredito que quanto menos for dito sobre isso, maiores serão as chances de que se concretize [a libertação]", disse o primeiro-ministro israelense.
O primeiro-ministro ainda revelou que Israel propôs fornecer combustível ao hospital Al Shifa em Gaza, que precisa urgentemente, mas sua oferta foi rejeitada por conta do Hamas que, por sua vez, nega a suposta ajuda.
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Conflito dura cinco semanas

Uma das regiões mais densamente povoadas do mundo, a Faixa de Gaza já vivia um bloqueio por terra, mar e ar de Israel desde 2007. Pelo menos 80% da população vive na pobreza e é extremamente dependente da ajuda humanitária, que antes do conflito enviava pelo menos 500 caminhões por dia.
Conforme a ONU, a destruição de bairros inteiros "não é uma resposta para os crimes atrozes cometidos pelo Hamas". Em um artigo de opinião, o chefe da Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos, Philippe Lazzarini, disse que a ofensiva israelense cria "uma nova geração de palestinos injustiçados que provavelmente continuarão o ciclo de violência".
A guerra entre Hamas e Israel começou no dia 7 de outubro, quando o movimento lançou milhares de mísseis a partir da Faixa de Gaza em um ataque sem precedentes. Além disso, militantes realizaram uma incursão armada nas zonas fronteiriças do sul de Israel, com 1,4 mil mortes.
Em resposta, Tel Avi mobilizou mais de 300 mil reservistas, além de iniciar ataques aéreos contra o território palestino.
Em 28 de outubro, Netanyahu anunciou que as tropas entraram por terra em Gaza e avançaram para a segunda fase da guerra. O objetivo é destruir a infraestrutura do Hamas e localizar os mais de 240 reféns.
Muitos países já apelaram a Israel e ao Hamas para que cessassem as hostilidades e negociassem um cessar-fogo, além de uma solução de dois Estados como a única forma possível de alcançar uma paz duradoura na região.
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