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UE sugere que Ucrânia 'poderia se tornar' membro do bloco até 2030, enquanto espreme Kiev até secar

© AP Photo / Pavel GolovkinO presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, durante a cúpula da OTAN em Vilnius
O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, durante a cúpula da OTAN em Vilnius - Sputnik Brasil, 1920, 05.10.2023
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Enquanto Kiev, atolada em corrupção e dívidas, olha para a adesão à União Europeia (UE) apesar do conflito armado em curso, os seus patronos ocidentais têm colocado a caneta no papel, redigindo "recomendações", propostas e condições legais que a Ucrânia deve cumprir.
Em meio às esperanças de garantir a adesão à UE, que tem sido apresentada de forma atraente, a Ucrânia está lançando trabalhos sobre um "Plano de Reformas para 2027" unificado, de acordo com os meios de comunicação locais.
"Estamos começando a trabalhar em um Plano de Reformas para 2027 unificado. O plano cobrirá todas as áreas que impactam as instituições estatais, a economia e a interação com os cidadãos", disse o primeiro-ministro Denis Shmygal durante uma reunião governamental na terça-feira (3).
A Ucrânia teria entrado em ação assim que os seus doadores ocidentais, que persistiram em canalizar ajuda militar para o governo corrupto e, consequentemente, tomaram as decisões, entregaram a Kiev um lote de documentos. Estes documentos incluíam recomendações e propostas da UE e do Fundo Monetário Internacional (FMI), e foram citados por Denis Shmygal como reveladores. Consequentemente, estas "diretrizes" ocidentais vão ser reunidas em um único roteiro para as reformas.

A Ucrânia vai poder se tornar membro da UE até 2030, disse o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, na terça-feira, "se ambos os lados fizerem o seu trabalho de casa", acrescentando que Kiev, tal como outros países candidatos à adesão à UE, deve "ativa e firmemente realizar reformas, combater a corrupção e cumprir as condições legais".

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Além disso, Vladimir Zelensky teria recebido um documento – o "Conceito para o Fortalecimento da Sustentabilidade da Democracia" – do presidente dos EUA, Joe Biden, durante a visita do líder da Ucrânia aos Estados Unidos em setembro, na qual lhe foi dada uma recepção sem brilho. São estas diretrizes doutrinais concebidas pelo Ocidente que devem formar a base das reformas na Ucrânia, que atualmente se encontra atolada em corrupção.
"Estamos agora começando a trabalhar, tendo em conta as propostas dos nossos parceiros", disse o primeiro-ministro.
Quanto aos objetivos apontados para a adesão, o bloco teria procurado garantir a erradicação da "influência oligárquica e corrupta", protegendo o país "de manifestações de autoritarismo", desmonopolização, desenvolvimento da concorrência e despojando as autoridades executivas centrais das funções de gestão de empresas estatais. Para além disso, outros objetivos são o desenvolvimento de um sistema eleitoral proporcional e de mecanismos transparentes de interação dos cidadãos com o Estado para influenciar as decisões políticas.
"Até 2027, está previsto completar a reforma da descentralização, a criação de um Fundo Soberano da Ucrânia, que irá gerir ativos estatais estratégicos, e um Fundo para gerir empresas estatais de defesa, e privatizar os bancos nacionais", afirma o documento.
A desmonopolização e a privatização que estão sendo promovidas pelos patronos ocidentais de Kiev, impulsionados pelos seus próprios interesses geopolíticos, evocaram o caos da rápida privatização na Rússia na década de 1990, após o colapso da União Soviética. Os conselheiros ocidentais e os credores globais, como o FMI, elaboraram os detalhes desses planos de "terapia de choque", que fizeram com que empresas lucrativas caíssem em mãos privadas, ao mesmo tempo que desencadearam a hiperinflação e o aumento dos preços ao consumidor na Rússia. Moscou deixou de pagar a sua dívida em 17 de agosto de 1998, com uma desvalorização de cerca de dois terços do valor do rublo em menos de um mês e os cidadãos comuns acabaram perdendo suas poupanças.
No que diz respeito à Ucrânia, a redução da participação estatal no setor bancário figura no topo da lista de recomendações do Ocidente. O FMI tem reforçado o seu controle sobre o país, com o principal credor exigindo políticas de ajuste estrutural e reformas. Desde que a Ucrânia deixou a antiga URSS, sucessivos governos acumularam dezenas de bilhões de dólares em obrigações para com credores estrangeiros, incluindo o FMI, os EUA e a UE.
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Desde que o conflito na Ucrânia se intensificou e foi transformado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em uma guerra por procuração contra a Rússia, a dívida de Kiev aumentou em cerca de US$ 77 bilhões (cerca de R$ 398,6 bilhões), com os parceiros ocidentais ignorando os pedidos de Kiev para sua amortização.
Além disso, a corrupção de alto nível tem atormentado a Ucrânia. A série de escândalos de corrupção que abalaram o Ministério da Defesa da Ucrânia foi novamente trazida à tona quando o ministro da Defesa, Aleksei Reznikov, foi destituído do seu cargo pelo presidente ucraniano em setembro.
Mais recentemente, um documento estratégico vazado dos EUA revelou as preocupações com a corrupção na Ucrânia, não admitidas publicamente pela administração Biden. O documento, intitulado "Estratégia Integrada do País", e citado pela mídia norte-americana, continha muitos detalhes adicionais relacionados com os objetivos dos EUA na Ucrânia, tais como a privatização dos bancos ucranianos, o incentivo aos militares para adotarem as normas da OTAN e o apoio às escolas locais no ensino da língua inglesa. Além disso, a estratégia também sublinha que o governo ucraniano não pode atrasar as suas políticas anticorrupção, porque a situação atual poderia minar a confiança entre os aliados do Ocidente.
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