- Sputnik Brasil, 1920
Panorama internacional
Notícias sobre eventos de todo o mundo. Siga informado sobre tudo o que se passa em diferentes regiões do planeta.

É inadmissível que porta-voz do governo da Ucrânia pregue assassinato de jornalistas, diz sindicato

© AFP 2023 / Roman PilpeyPorta-voz das Forças Armadas da Ucrânia, Sarah Ashton-Cirillo, que ameaçou jornalistas russos, em 7 de setembro de 2023
Porta-voz das Forças Armadas da Ucrânia, Sarah Ashton-Cirillo, que ameaçou jornalistas russos, em 7 de setembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 15.09.2023
Nos siga no
Especiais
Porta-voz transgênero das Forças Armadas da Ucrânia, Sarah Ashton-Cirillo sustentou as ameaças que fez contra jornalistas russos em um vídeo que circulou na quinta-feira (14). Presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo diz à Sputnik Brasil que falas merecem "repúdio veemente" de todos os jornalistas do Brasil e do mundo.
Em vez de uma retratação, o reforço de uma ameaça: a representante oficial do governo ucraniano manteve suas falas sobre "caçar jornalistas" no exercício de sua profissão em um novo vídeo divulgado nesta sexta-feira (15).
As sucessivas declarações foram dadas após tentativas frustradas do regime de Kiev de assassinar o famoso jornalista russo Vladimir Solovyov, diretor do Sindicato de Jornalistas da Rússia, e a editora-chefe da Sputnik, Margarita Simonyan.
Em entrevista à Sputnik Brasil após assistir o vídeo, Thiago Tanji, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e diretor da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), criticou duramente o teor das falas da autoridade ucraniana.

"Isso merece o nosso repúdio veemente, não só das entidades sindicais, jornalísticas, mas de toda a categoria, no Brasil e no mundo. Afinal de contas, os jornalistas e as jornalistas não são soldados, não são combatentes, são trabalhadores que fazem o seu trabalho ao permitir a livre circulação de informações. Então, se você está fazendo a cobertura de um conflito, se você está fazendo a cobertura de um evento qualquer, você tem que ter segurança para realizar isso", avalia. "Quando um Estado realiza uma ameaça desse tipo, é algo que precisa ser condenado de maneira veemente."

Tanji enfatiza que deseja o fim do conflito entre Rússia e Ucrânia — posição que, de acordo com a sua avaliação, encontra ecos em toda a sociedade do Brasil.
O presidente do sindicato também notou que é preciso encampar os jornalistas, sejam eles russos ou ucranianos, por uma questão de defesa universal de toda a categoria.

"Essa manifestação pregando o assassinato de jornalistas, que foi feita por uma pessoa não só militar, mas uma representante oficial do governo ucraniano, é inadmissível. Jornalistas têm que ser protegidos", aponta.

Conflito interno na Ucrânia - Sputnik Brasil, 1920, 15.09.2023
Operação militar especial russa
'Postura neonazista': Federação Latino-Americana de Jornalistas condena ameaças da Ucrânia
Embora pondere que profissionais da imprensa, em qualquer parte do mundo, têm que realizar seu trabalho sem medo de censura e de represálias, "e, neste caso, especificamente, sem medo de ser assassinado", ele aponta que no Brasil há problemas semelhantes.

"Há jornalistas que são ameaçados [no país]. Não podemos esquecer que, no ano passado, o jornalista Dom Phillips foi assassinado aqui no Brasil. Então, infelizmente, o trabalho jornalístico ainda é visto como uma ameaça. Basta lembrar que o governo [do ex-presidente] Jair Bolsonaro considerava os jornalistas como inimigos simplesmente porque nós trabalhávamos ali pela circulação de informações para trazer luz a algumas questões, e isso, por parte do governo Bolsonaro, era visto como uma coisa inadmissível", rememora.

Apoiadores do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, seguram cartazes do lado de fora da Corte Real de Justiça em Londres, em 10 de dezembro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 13.09.2023
Panorama internacional
'Se ele cair, cai também o jornalismo': a luta de Assange contra a censura do Ocidente
No contexto do conflito russo-ucraniano, Tanji argumenta que ambos os lados devem proteger os jornalistas, independentemente do país que representam.
Em sua avaliação, isso deve ser um compromisso estabelecido "para além de qualquer questão de inimizade bélica e política".
Enquanto a paz não é selada, ao menos um pacto em relação à proteção dos profissionais da imprensa deveria ser firmado entre os dois países, prossegue o presidente do SJSP.

"Porém, claro que quando uma representante oficial do Estado ucraniano quer promover ameaças diretas de assassinatos de jornalistas, infelizmente isso quer dizer que há pelo menos um país que certamente não está interessado em fazer essa proteção."

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала