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EUA vão reabastecer reserva estratégica de petróleo para remediar venda massiva de Biden

© Foto / Departamento de Energia dos EUATanques de armazenamento da Reserva Estratégica de Petróleo dos EUA no Terminal Sunoco, perto de Nederland, Texas
Tanques de armazenamento da Reserva Estratégica de Petróleo dos EUA no Terminal Sunoco, perto de Nederland, Texas - Sputnik Brasil, 1920, 21.05.2023
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Grande parte da Reserva Estratégica de Petróleo dos EUA foi drenada em 2022 pelo governo Biden em uma tentativa de compensar o boicote aos recursos energéticos russos. As sanções acabaram desencadeando uma inflação recorde nos EUA, ao mesmo tempo em que davam à Rússia uma receita extra por meio de suas vendas para outros países.
Apesar do fato de que os preços do petróleo se recuperaram depois que o Departamento de Energia dos EUA confirmou que vai comprar até três milhões de barris para sua Reserva Estratégica de Petróleo (SPR, na sigla em inglês), é difícil prever as perspectivas de longo prazo de tal movimento, afirmaram os analistas do Finam.
Circularam relatos de que o governo dos EUA planejava reabastecer seu estoque de petróleo de emergência esgotado e, assim que o governo Biden fez o anúncio no dia 15 de maio, os contratos futuros de petróleo Brent subiram 0,6%, para US$ 75,66 (cerca de R$ 378,30) o barril. Os contratos futuros de petróleo do West Texas Intermediate também dispararam para US$ 71,50 (aproximadamente R$ 357,50) o barril na terça-feira (16). De acordo com Alexander Potavin, analista do Finam FG, o volume declarado de entregas é, no entanto, muito pequeno para afetar seriamente a dinâmica das cotações do petróleo.

"Apenas compras em volumes comparáveis às vastas quantidades de petróleo liberadas da SPR no ano passado podem ajudar a aumentar os preços do petróleo este ano", disse o analista.

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Teto de preços do Ocidente

As sanções ocidentais contra a Rússia e o teto do preço do petróleo imposto pelo Ocidente liderado pelos EUA foram concebidos na esperança de privar Moscou de recursos para alimentar sua operação militar especial na Ucrânia. No entanto, essas suposições eram completamente falsas. As entregas da Rússia não caíram muito. De fato, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), a Rússia continua sendo um dos principais países no quadro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e associados (OPEP+), com produção diária de petróleo em 9,6 milhões de barris em abril, perdendo apenas para a Arábia Saudita. Em abril, a produção de petróleo no Irã atingiu a maior alta em quatro anos, com a maior parte do suprimento indo para a China. A Venezuela, marcada por sanções, também está aumentando a produção. Assim, a pressão sobre os preços é exercida principalmente pela oferta crescente. Esperar quebrar esse padrão bombeando vários milhões de barris para as reservas é inútil, acrescentou o analista da Finam.
No entanto, pode haver um sinal positivo para o mercado de petróleo no fato de os Estados Unidos não venderem mais de suas reservas estratégicas. Ou seja, um fator que vem pressionando o mercado de petróleo há um ano inteiro vai ser retirado da equação. O restante vai depender da capacidade da economia global de digerir petróleo adicional, bem como da disposição dos participantes da OPEP+ em manter a produção baixa. Resta uma incógnita em relação as perspectivas de demanda, acrescentaram analistas.
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Reabastecimento da reserva

No início da semana, foi anunciado que o Departamento de Energia dos EUA planejava reabastecer uma das quatro principais instalações de armazenamento de petróleo da SPR ao longo da costa do Golfo, Big Hill. Mas depois que o aumento dos preços do gás levou o presidente dos EUA, Joe Biden, a drenar o SPR, os três milhões de barris anunciados agora são vistos pelos analistas como uma mera gota no oceano.
A Reserva Especial — quatro instalações de armazenamento subterrâneo em Louisiana e Texas — foi criado em 1975 para combater o tipo de volatilidade no preço do petróleo que quase paralisou a economia norte-americana durante a crise do petróleo, na década de 1970. A SPR continha cerca de 638 milhões de barris de petróleo quando Biden assumiu o cargo em janeiro de 2021, de acordo com a Administração de Informação de Energia dos EUA. Agora, caiu para o nível mais baixo desde outubro de 1983, cerca de 362 milhões de barris.
De acordo com o Departamento de Energia dos EUA, a próxima compra foi motivada por um esforço para capitalizar o fato de que os preços de hoje caíram, atualmente sendo negociados em torno de US$ 71 (cerca de R$ 350) o barril, depois de inicialmente subir para bem acima de US$ 100 (aproximadamente R$ 500) o barril em 2022. Os preços despencaram em meio a uma melhora na oferta acima do esperado, enquanto os temores de uma recessão e aumentos nas taxas de juros do Federal Reserve (Fed), disseram analistas norte-americanos.
Diversas análises em 2022 sugeriram que, depois que Biden anunciou uma liberação maciça da reserva estratégica de petróleo do país no mercado após o aumento acentuado do preço da gasolina, uma medida para reabastecer a reserva poderia ser tomada assim que os preços do petróleo caíssem abaixo de US $ 80 (cerca de R$ 400) o barril.
Em meio de 2020, a OPEP+ cortou a produção de petróleo em 9,7 milhões de barris por dia devido a uma diminuição na demanda de petróleo causada pelas medidas de combate à pandemia de COVID-19. Em agosto de 2022, a entidade iniciou a fase final de cancelamento dos cortes, mas em novembro cortou novamente a produção em dois milhões de barris por dia em relação ao nível máximo possível de agosto. Esta decisão é válida até ao final de 2023, visando assegurar a estabilidade do mercado petrolífero mundial.
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