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Quais países estão enviando armas para a Ucrânia?

© AP Photo / Francisco SecoUm soldado dos EUA passa por veículos blindados estacionados e tanques da 1ª Equipe de Combate da Brigada Blindada e da 1ª Divisão de Cavalaria com sede em Fort Hood, Texas
Um soldado dos EUA passa por veículos blindados estacionados e tanques da 1ª Equipe de Combate da Brigada Blindada e da 1ª Divisão de Cavalaria com sede em Fort Hood, Texas - Sputnik Brasil, 1920, 26.04.2023
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Nesta quarta-feira (26) faz um ano desde a criação do chamado "Formato Ramstein" para coordenar o fornecimento de sofisticado armamento ocidental à Ucrânia em auxílio à guerra por procuração da OTAN contra a Rússia. Mais de US$ 70 bilhões em assistência de segurança foram entregues à Kiev. Em que consiste esta ajuda? Quem mandou? A Sputnik explica.
"No total, os membros deste Grupo de Contato forneceram mais de US$ 55 bilhões [cerca de R$ 277,2 bilhões] em assistência de segurança para a Ucrânia. Isso é um aumento de dez vezes desde que nos encontramos pela primeira vez", gabou-se o chefe do Pentágono Lloyd Austin em uma reunião de ministros da Defesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na Base Aérea de Ramstein, no sudoeste da Alemanha na semana passada (22).
Anunciando um pacote de US$ 325 milhões (aproximadamente R$ 1,6 bilhão) de ajuda adicional para aquisição de armas, incluindo mais munição para a artilharia Himars da Ucrânia, projéteis de 105 e 155 mm e "importantes capacidades antitanque", Austin disse que os EUA sozinhos contribuíram com mais de US$ 35 bilhões (mais de R$ 176,8 bilhões) em "assistência de segurança" para Kiev desde fevereiro de 2022.

Quem forneceu mais armas à Ucrânia e mais "ajudou" Kiev?

O Instituto Kiel para a Economia Mundial monitora a ajuda militar, econômica e humanitária do Ocidente à Ucrânia desde janeiro de 2022. De acordo com seus dados, apenas entre janeiro de 2022 e 24 de fevereiro de 2023, os Estados Unidos comprometeram o equivalente a mais de US$ 39,1 bilhões (cerca de R$ 197,6 bilhões) em assistência militar a Kiev.
O Reino Unido vem em um distante segundo lugar, dedicando US$ 5,97 bilhões (aproximadamente R$ 30,1 bilhões). A União Europeia (UE) e a Alemanha vêm em seguida, respondendo por cerca de US$ 3,25 bilhões (cerca de R$ 16,4 bilhões) cada. A Polônia e os Países Baixos vêm a seguir, respondendo por cerca de US$ 2,67 (quase R$ 13,5 bilhões) e US$ 2,6 bilhões (mais de R$ 13,1 bilhões), respectivamente. Noruega, Suécia, Dinamarca e Canadá completam os dez primeiros, contribuindo com US$ 883,5 milhões (cerca de R$ 4,4 bilhões) e US$ 1,54 bilhão (aproximadamente R$ 7,8 bilhões), respectivamente.
© Foto / Kiel Institute for the World EconomyAjuda militar à Ucrânia por país (excluindo instituições da UE) organizada pelo Kiel Institute for the World Economy
Ajuda militar à Ucrânia por país (excluindo instituições da UE) organizada pelo Kiel Institute for the World Economy - Sputnik Brasil, 1920, 26.04.2023
Ajuda militar à Ucrânia por país (excluindo instituições da UE) organizada pelo Kiel Institute for the World Economy

Quais outros países estão ajudando a Ucrânia militarmente?

Os países mencionados acima não são os únicos que enviaram ajuda militar à Ucrânia. Mais de 30 países totalizam os doadores de Kiev. Entre eles estão Finlândia, Itália, França, República Tcheca, Lituânia, Austrália, Letônia, Espanha, Turquia, Luxemburgo, Estônia, Bélgica, Bulgária, Eslováquia, Grécia, Croácia, Portugal, Eslovênia, Nova Zelândia, Áustria, Coréia do Sul e Romênia (a última dúzia de nações contribuiu com aproximadamente US$ 200 milhões, ou cerca de R$ 1 bilhão).

Quem enviou tanques para a Ucrânia?

Os tanques de batalha principais estão entre as armas mais caras e mortais entregues à Ucrânia até o momento. Cerca de 16 países entregaram ou aprovaram a entrega de blindados pesada. Isso inclui centenas de tanques soviéticos, principalmente modificações dos T-72s e T-55s soviéticos, enviados pela Bulgária, República Tcheca, Macedônia do Norte, Polônia e Eslováquia, bem como blindados atualizados da OTAN da era da Guerra Fria.
Isso inclui mais de 100 MBTs Leopard 1 enviados pela Dinamarca, Alemanha e Países Baixos, além de dezenas de tanques Leopard 2A4 e 2A6 mais avançados (oito autorizados pelo Canadá, 14 pela Dinamarca e Países Baixos, 18 pela Alemanha, oito pela Noruega, 14 pela Polônia, três de Portugal e dez da Espanha). A Suécia também prometeu enviar dez de seus tanques modificados Leopard 2, conhecidos como Stridsvagn 122. O Reino Unido comprometeu 14 tanques Challenger 2, armados com munições tóxicas de urânio empobrecido, enquanto os EUA prometeram fornecer à Ucrânia 31 M1 Abrams.
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Quanta ajuda a Alemanha deu à Ucrânia e quais armas enviaram?

A potência econômica da UE, a Alemanha, sem dúvida tem mais a perder com a guerra por procuração da OTAN com a Rússia, com o fechamento de um importante gasoduto que atravessa a Polônia e a destruição dos gasodutos Nord Stream (Corrente do Norte) em outono passado, roubando de Berlim o acesso a trilhões de metros cúbicos em fontes confiáveis de energia, sobretudo gás natural russo a preços competitivos para abastecer sua base industrial.
No entanto, Berlim atrelou-se fielmente à linha de entrega de armas para Kiev, com seus US$ 3,9 bilhões (cerca de R$ 19,7 bilhões) em ajuda de armas, incluindo uma infinidade de armas avançadas, de veículos de combate de infantaria Marder a obuseiros autopropulsados Panzerhaubitze 2000, veículos de remoção de minas e recuperação de blindados, transportadores de tanques, munições para armas pequenas e artilharia, explosivos, drones e armas anti-drone, radar avançado e centenas de caminhões.
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O que o Canadá fez pela Ucrânia?

O Canadá, lar de uma grande minoria ucraniana, também fez uso efetivo de seus US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 7,5 bilhões) em assistência para abastecer a Ucrânia com armas, enviando veículos blindados e carros blindados (incluindo o canadense Roshel Senator), bem como armas anti-tanques, obuseiros, mísseis antiaéreos, uma variedade de armas pequenas, munições e equipamentos de apoio.

Quanta assistência militar a OTAN enviou à Ucrânia?

Embora a Aliança Atlântica tenha rejeitado consistentemente as alegações de Moscou de que o conflito na Ucrânia é uma guerra por procuração da OTAN contra a Rússia, seus funcionários simultaneamente se gabam dos bilhões e bilhões em armas, treinamento e apoio de inteligência enviados a Kiev pelo bloco.

"Ao longo dos anos, os aliados da OTAN forneceram treinamento para dezenas de milhares de soldados ucranianos. E desde fevereiro passado, os aliados da OTAN forneceram mais de € 150 bilhões [cerca de R$ 834,6 bilhões] em apoio, incluindo € 65 bilhões [aproximadamente R$ 361,8 bilhões] de ajuda militar", disse o chefe da OTAN, Jens Stoltenberg, em uma coletiva de imprensa em Kiev na semana passada, falando ao lado do presidente ucraniano, Vladimir Zelensky.

"Agora estamos entregando mais jatos, tanques e veículos blindados. E o fundo da OTAN para a Ucrânia está fornecendo apoio urgente, incluindo suprimentos médicos, sistemas móveis de satélite e pontes flutuantes. Tudo isso está fazendo uma diferença real no campo de batalha todos os dias", acrescentou Stoltenberg.
O chefe da OTAN não está errado sobre as armas "fazerem uma diferença real". Tendo sabotado as negociações de paz russo-ucranianas na primavera passada, os EUA e seus aliados conseguiram evitar um cessar-fogo, garantindo assim a morte de dezenas, senão centenas de milhares, de soldados ucranianos e russos e civis do Donbass, tudo por causa do que Lloyd Austin admitiu ter sido uma cruzada destinada a "enfraquecer" Moscou militarmente.
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Parceiros como China e Irã, estão apoiando a Rússia militarmente?

Ao mesmo tempo em que enviaram dezenas de bilhões de dólares em equipamentos militares avançados para a Ucrânia, as potências da OTAN acusaram alguns dos parceiros estratégicos de Moscou, particularmente China e Irã, de vender armas para a Rússia.
Ambos os países rejeitaram essas reivindicações. Pequim, ao invés disso, apresentou um plano de paz com 12 pontos projetado para resolver a crise na Ucrânia, e Teerã criticou o Ocidente por sua campanha do "sujo falando do esfarrapado". No mês passado, a inteligência militar ucraniana admitiu que não havia encontrado "nenhuma evidência" de que a China fornecesse armas à Rússia. Enquanto isso, o Ministério da Defesa do Irã reclamou que Kiev não forneceu a Teerã qualquer documentação sobre o suposto uso de "drones iranianos" na Ucrânia.

Como os russos encaram a ajuda militar da OTAN à Ucrânia?

Para muitos russos, e para os europeus em geral, a entrega de armamento avançado da OTAN à Ucrânia traz lembranças dolorosas da agressão ocidental contra a Rússia historicamente. Como a mídia russa e alemã, historiadores e políticos apontaram repetidamente em janeiro, depois que a OTAN aprovou o envio de blindados pesados para Kiev, que é nesta crise que pela primeira vez, desde a Segunda Guerra Mundial, que as forças russas têm de enfrentar tanques ocidentais nos campos da Ucrânia .
"Esta é uma abordagem interessante que você está adotando. Tanques alemães na Ucrânia contra a Rússia. Seus avós já tentaram isso, com os Melnyks e os Banderas [colaboradores nazistas ucranianos, ed.]. E qual foi o resultado? Sofrimento incalculável, milhões de mortes em ambos os lados e, no final, tanques russos aqui em Berlim", disse o legislador da Alternativa para a Alemanha, Petr Bystron, durante um debate acalorado no Bundestag (Parlamento Alemão) em janeiro.
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