Novo pacote de sanções mostra inutilidade deste instrumento da UE, diz MRE russo

Cada pacote de sanções sucessivo contra a Rússia demonstra a mesma coisa: as restrições antirrussas são uma ferramenta que não funciona, disse a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova.

"A UE, que permanece cativa de suas noções arrogantes sobre a Rússia, tem estado errada em todas as suas previsões sobre as consequências de sanções 'sufocantes'. Assim também será o caso desta vez. Cada 'pacote' sucessivo demonstra mais e mais claramente uma coisa: as restrições antirrussas são uma ferramenta que não tem funcionado", disse Zakharova.

A diplomata notou que é difícil não concordar com Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia, que disse no Parlamento Europeu em 15 de fevereiro que as sanções são um "veneno de ação lenta".

A representante oficial comentou também as notícias sobre a suposta remoção forçada de crianças ucranianas para a Rússia.

"A preocupação de nosso país com crianças cujos pais foram mortos com armas fornecidas ao regime de Kiev por países ocidentais a UE está tentando hipocritamente descrever como deslocamento forçado", disse ela.

Zakharova destacou que "há mais de oito anos a UE tem tolerado os homicídios de crianças sob bombardeamentos das Forças Armadas ucranianas em Donbass".

A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia acredita que "ao expandir suas listas de sanções, a União Europeia está apenas se afastando ainda mais da Rússia".

Zakharova também se expressou sobre as sanções impostas à mídia. Anteriormente, a UE incluiu a agência de comunicação Rossiya Segodnya, da qual a Sputnik faz parte, no décimo pacote de sanções.

Ela apontou que "através das restrições da mídia, a UE tenta censurar o espaço de informação, não apenas privando sua sociedade de um ponto de vista alternativo, mas também proibindo suas empresas de telecomunicações de retransmitir canais de TV russos em países terceiros, impondo-lhes assim sua falsa 'narrativa'".

"Ao continuar a expandir a prática de reprimir a mídia e os jornalistas indesejados, Bruxelas está deliberadamente destruindo os fundamentos da sociedade democrática e minando os princípios e valores sobre os quais a União Europeia um dia foi construída", destacou.

Em 25 de fevereiro, a UE introduziu o novo décimo pacote de sanções contra a Rússia, ampliando as restrições pessoais e de exportação, assim como novas proibições à mídia russa.

A Comissão Europeia estimou o novo pacote de sanções em € 11,4 bilhões (R$ 62,94 bilhões). Observa-se que as exportações da UE para a Rússia caíram quase pela metade em comparação com o nível de 2021, enquanto as importações para a UE foram reduzidas em quase 60%.