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Não tendo se mostrado bem eficaz na Síria, poderá Tomahawk melhorar capacidade de defesa do Japão?

© AP Photo / Kenneth MollLançamento de míssil Tomahawk (foto de arquivo)
Lançamento de míssil Tomahawk (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 17.02.2023
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Na terça-feira (14), o Japão anunciou os planos de assinar um contrato com os Estados Unidos para a compra de até 500 mísseis de cruzeiro Tomahawk da última modificação.
A Sputnik perguntou a um analista militar sobre as características técnicas do míssil modernizado e, mais importante, se esses mísseis modernizados podem realmente melhorar a capacidade de defesa do Japão.

O que é?

Os mísseis Tomahawk são conhecidos por seu uso na Guerra do Golfo de 1991 e na Guerra do Iraque de 2003. Supostamente, a nova modificação os tornou muito mais "inteligentes".
No entanto, segundo o diretor do Museu da Defesa Aérea, Yuri Knutov, apesar da "matriz de combate" melhorada, em qualquer caso os Tomahawks continuam sendo vulneráveis, como já foi demonstrado na Síria.
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Um míssil inteligente

De acordo com o especialista militar, o novo Tomahawk tem três graus de direcionamento do míssil para o alvo:
O primeiro é o direcionamento pelo mapa digital;
O segundo é pelo sistema de posicionamento global GPS. Determina a localização do alvo no sistema de coordenadas globais WGS 84;
E o terceiro (que está sendo implementado ativamente) é através da câmera de vídeo. Também identifica a imagem real com a que está no computador.
É através do uso simultâneo dos três níveis de direcionamento que o novo míssil alcança uma alta eficiência: precisão, confiabilidade e sua forte proteção contra sistemas de guerra eletrônica.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, identificou a qualidade do míssil inteligente – sua capacidade de escapar da interceptação – como a principal prioridade para a segurança do Japão. Informa-se que ¥ 211,3 bilhões (R$ 8,18 bilhões) serão alocados para a compra dos mísseis Tomahawk.
Entretanto, sua utilização não se mostrou suficientemente eficaz na Síria. Porque mesmo a última modificação nem sempre lhes permite escapar da interceptação, observa Yuri Knutov.
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Apenas 23 dos 59 alcançaram seu alvo

O Exército norte-americano lançou 59 mísseis de cruzeiro Tomahawk contra um aeródromo militar na província síria de Homs em 2017 por ordem do presidente Donald Trump. Entretanto, apenas 23 mísseis atingiram a base aérea. O local da queda dos restantes 36 mísseis de cruzeiro é desconhecido.
"Em termos de manobrabilidade eles não são muito superiores aos antigos. Uma grande parte dos Tomahawks foi abatida pelas forças de defesa antiaérea sírias ou desviada pelo sistema de radar. Isto mostra que os meios para combater o Tomahawk ainda existem", ressalta Yuri Knutov.
Segundo ele, embora mais materiais compósitos (invisíveis para ondas de rádio) sejam provavelmente usados na nova versão do Tomahawk, os sistemas de mísseis antiaéreos russos, tanto da velha como da nova geração, são eficazes contra ele, como o sistema de nova geração S-350 Vityaz, que os EUA, Turquia e outros países já chamam de "assassino dos mísseis de cruzeiro".
No entanto, o Japão está pronto para gastar dinheiro, aumentando cada vez mais seu orçamento militar. Tóquio vai adquirir estes mísseis (com um alcance de até 2.500 km) até abril de 2027. Como resultado, as áreas costeiras da China estarão na zona de alvo potencial.
Isso provavelmente está ligado a outra declaração igualmente importante, sugere o especialista militar.
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Recentemente, o Ministério da Defesa japonês disse que está considerando a possibilidade de implantar mísseis hipersônicos norte-americanos em seu país.
"Entretanto, sabe-se que o Japão planejou desenvolver seu próprio míssil hipersônico até 2035, mas aparentemente ainda não tem capacidade para o fazer [...] E para evitar que Tóquio desperdice dinheiro e energia em seu próprio desenvolvimento, os EUA lhes ofereceram proteção na forma de mísseis hipersônicos de fabricação norte-americana."
No entanto, como os mísseis hipersônicos ainda não estão disponíveis, os Estados Unidos até agora lhes ofereceram os mísseis convencionais, sugere Yuri Knutov.
Assim, o Japão abandona de fato seus próprios desenvolvimentos tecnológicos e os entrega ao monopólio militar estadunidense. Ao mesmo tempo, gasta cada vez mais dinheiro em armamentos americanos.
Os últimos mísseis Tomahawk, que já foram testados em combate, como a experiência na Síria demonstrou, são vulneráveis, mesmo com grande capacidade evasiva contra a interceptação.
Portanto, a credibilidade do guarda-chuva nuclear americano para o Japão é altamente questionável. E a confiança em seu relacionamento com um parceiro econômico poderoso e confiável, a China, está enfraquecendo, o que inflama a já difícil situação político-militar na região.
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