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Analista refuta fala de Stoltenberg: conflito na Ásia no estilo ucraniano é improvável

© AP Photo / Heng SinithCamboja ASEAN
Camboja ASEAN - Sputnik Brasil, 1920, 09.02.2023
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A eclosão de um conflito na Ásia em estilo ucraniano é improvável, mas a OTAN continuará a tentar instalar sua infraestrutura nessa região, disse o professor Dmitry Mosyakov, chefe do Centro de Estudos do Sudeste Asiático, Austrália e Oceania.
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, declarou que vê pré-requisitos para um conflito em estilo ucraniano na Ásia, acusando a China de militarização e aproximação à Rússia.
"Um conflito em estilo ucraniano é improvável [na Ásia]. Os americanos já tentam há muito tempo organizar tal conflito. Eles já há muito tempo têm estado 'cortejando' o Vietnã, tentam jogar com certas contradições que existem em relação ao mar do Sul da China e assim por diante. Essa é uma sua ideia de longa data, porque os americanos sempre agem por precedentes: Sérvia-Croácia, Rússia-Ucrânia, Vietnã-China. Mas lá [no Vietnã] eles falham, porque a liderança vietnamita não pretende ser completamente dependente dos EUA e seguir ordens americanas. Deste ponto de vista, falar sobre a possibilidade [de um conflito] como na Ucrânia é extremamente improvável", disse Mosyakov.
Ao mesmo tempo, segundo Mosyakov, vale a pena prestar atenção ao mais recente acordo sobre o estabelecimento de bases americanas nas Filipinas.
"Entendemos perfeitamente, hoje essa base se dedica à meteorologia, mas amanhã lá já vão pousar aviões militares e desembarcar tropas", acrescentou.
O especialista observou que toda a política da OTAN é construída sobre falsificações para explicar por que eles se preparam para alastrar sua infraestrutura a outras regiões.
Mosyakov destaca que a decisão sobre a infraestrutura na Ásia foi tomada já em maio de 2022, na cúpula de OTAN em Madri, onde a aliança anunciou a transferência de parte de seus esforços para a Ásia, até mesmo para controlar o Nordeste da Ásia, onde se situam o mar de Okhotsk, o mar de Bering e o mar do Japão (também conhecido como mar do Leste).
"Portanto, eles [OTAN] têm grandes planos. Naturalmente, essa implantação de infraestrutura é acompanhada pela 'ameaça chinesa'. Nada muda. Tal como aconteceu na Europa na década de 1990, quando diziam que [a OTAN] coloca mísseis porque eles temem o Irã. Mas, na verdade, eles já então estavam avançando toda essa infraestrutura para mais perto de nossas fronteiras [russas]."
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"O mesmo está acontecendo com a China: conversas constantes sobre a 'ameaça chinesa' e assim por diante. Eles estão implantando sua infraestrutura militar, por enquanto estão mais se preparando para a implantar. Mas o fato de que esta declaração da OTAN foi aprovada, de que pela primeira vez a Coreia do Sul, a Austrália e o Japão foram convidados para a cúpula da OTAN [em Madri], isso mostra que eles já estão se começando a preparar [para implantar infraestruturas]."
Como ressaltou Mosyakov, os blocos criados pelos Estados Unidos no Leste e no Sudeste Asiático, como AUKUS e Parceiros no Pacífico Azul (PBP, na sigla em inglês), não são comparáveis em termos de organização e eficiência com a OTAN, então a Aliança Atlântica está transferindo seus esforços para a região asiática.
"Praticamente nenhum dos países asiáticos se juntou a AUKUS, nem mesmo a Coreia do Sul ou o Japão, embora os tentassem persuadir. Então é necessária alguma estrutura séria [na Ásia], uma organização séria com grande potencial. Então decidiram transferir parte dos esforços da OTAN da Europa para o oceano Pacífico, porque eles não têm mais nada. Podem usar qualquer pretexto. Eles preparam este processo há muito tempo, tentam há muito jogar com certas contradições [na Ásia]. Mas enfrentaram o fato de que as relações China-Vietnã são agora das mais calorosas", enfatizou Mosyakov.
Ele também acrescentou que todas as tentativas americanas de virar o Vietnã contra a China e transformar o Vietnã em uma Ucrânia e se colocarem atrás do Vietnã, não resultam, mas isso não dissuade Washington de sua tentativa de deter a China.
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