Cientistas da Rosatom desenvolvem 'combustível nuclear do futuro' feito por robô

A TVEL Fuel Company, uma divisão da estatal nuclear russa Rosatom, informou nesta terça-feira (6) que os seus cientistas estão prestes a automatizar completamente a produção industrial de combustível de urânio-plutônio.

Segundo comunicado, os cientistas nucleares russos desenvolveram "um conjunto especial de combustível nuclear" que será usado, no futuro, para "fechar o ciclo da produção de combustível nuclear".

O chamado conjunto especial será produzido por unidades automatizadas para atender a questões de segurança, informou a divisão da Rosatom. O projeto foi apresentado pelo vice-presidente sênior de pesquisa e desenvolvimento da TVEL, Aleksandr Ugryumov.

A estratégia da indústria nuclear russa se concentra na criação de energia nuclear de dois componentes com reatores térmicos e de nêutrons rápidos, explicou Ugryumov.

Segundo ele, a reciclagem e a remanufatura do combustível de urânio-plutônio são algumas das etapas mais perigosas em termos de segurança radioativa no ciclo fechado do combustível nuclear. Portanto a tarefa de minimizar os riscos para o pessoal é a principal prioridade da empresa.

"A confiabilidade da montagem [combustível] e a possibilidade de seu uso no WWER-1000/1200 [reator energético nuclear moderado a água] foram confirmadas", disse.

Especialistas da TVEL disseram que esses desenvolvimentos permitiriam eliminar dois problemas principais da energia nuclear: depósitos limitados de urânio e gerenciamento de lixo nuclear.

A Rússia pretende começar a operação experimental e industrial do combustível em 2023. O próximo passo será a operação piloto de vários conjuntos com combustível de urânio-plutônio em um reator.

A empresa também planeja reduzir a mineração de urânio natural graças a novas tecnologias de combustível. Além disso, a parte mais perigosa dos resíduos nucleares será "queimada" em reatores de nêutrons rápidos.

"Para a segurança do pessoal, a produção industrial de combustível de urânio-plutônio para o WWER deve ser totalmente automatizada e não tripulada", explicou.

"Para isso, a Rosatom projetou um conjunto de combustível de quinta geração para o WWER — TVS-5 [Fuel Assembly 5]. As características desse projeto permitirão eliminar completamente o trabalho manual na produção de combustível, bem como fazer modificações na montagem tanto para o WWER-1000 quanto para o WWER-1200", disse o funcionário da TVEL.