Chefe da Al-Qaeda volta a aparecer em vídeo apesar de rumores de sua morte

Ayman Al-Zawahiri, líder da Al-Qaeda, surgiu pela primeira vez em alguns meses, elogiando uma estudante muçulmana na Índia que violou uma recém-imposta proibição local da burca.

O líder da Al-Qaeda (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), Ayman al-Zawahiri, surgiu em um vídeo recitando um poema em que elogia uma estudante muçulmana na Índia por recusar remover sua burca.

Zawahiri instou os muçulmanos indianos a responder ao que disse ser "opressão" anti-islâmica, e condenou o governo da Índia, e também as administrações dos vizinhos Paquistão e Bangladesh, os quais acusou de serem "aliados do Ocidente".

As tensões têm subido no estado indiano de Karnataka, depois que em janeiro foi implementada uma proibição do hijab nas salas de aula das escolas públicas do distrito de Udupi. Isso levou a protestos por estudantes muçulmanos e contraprotestos por juventude hindu. Uma corte superior do estado confirmou a proibição até uma decisão final ser tomada.

A campanha da Al-Qaeda, que hostiliza os dois grupos religiosos, vem em meio a possíveis tentativas de Nova Deli e de Islamabad ultrapassarem sua divisão histórica, que data da partição da Índia pelo Reino Unido em 1947.

Imran Khan, primeiro-ministro do Paquistão, tem elogiado frequentemente a "política externa independente" da Índia nas últimas semanas, com os dois países resistindo à pressão dos países ocidentais de imporem sanções à Rússia.

"Minha política externa [também] será independente", declarou Khan na quinta-feira (31), prometendo que ela será "para paquistaneses [...] Isso não significa que seremos anti-americanos, anti-Índia ou anti-europeus".

O premiê do Paquistão ordenou novas eleições para o Parlamento do país no próximo fim de semana, após uma tentativa falha de voto de não-confiança, a qual Khan afirmou ser uma tentativa de "conspiração estrangeira" para derrubar seu governo por parte dos EUA, e que o Departamento de Estado do país negou.

As ligações entre a CIA e Osama bin Laden, predecessor de al-Zawahiri, antecederam por muitos anos a criação da Al Qaeda. Bilhões de dólares em armas, incluindo milhares de mísseis terra-ar Stinger, foram enviados para os "combatentes da liberdade" das forças mujahideen de Bin Laden para combater o governo socialista secular do Afeganistão e as tropas soviéticas que o apoiava.

Apesar disso, ainda não há evidência que sugira que a atual Al-Qaeda é uma extensão dos serviços de inteligência ocidentais.

Houve rumores de que al-Zawahiri estava morto, depois que ele apareceu pela última vez em novembro de 2021.