Suécia vai fortalecer cooperação militar com Reino Unido, se referindo à Rússia como 'única ameaça'

Durante uma visita à base militar de Arvidjaur, no norte da Suécia, o ministro da Defesa sueco Peter Hultqvist e seu homólogo britânico Ben Wallace instaram a uma cooperação militar mais profunda no futuro.

Estocolmo reinstalou recentemente o Regimento de Dragões de Norrland, K4, na referida base, citando "a ameaça russa".

Segundo o acordo de cooperação militar fechado em 2016 entre a Suécia e o Reino Unido, os soldados britânicos podem realizar treinamentos em Arvidsjaur e participar de exercícios militares suecos.

Peter Hultqvist enfatizou a importância dos exercícios conjuntos, que, segundo ele, "enviam sinais" de que a cooperação existente deve ser desenvolvida ainda mais. Além disso, o ministro ressaltou que é de importância crucial aprofundar as atividades de exercícios e interoperabilidade entre os exércitos dos dois países.

"Isso significa sermos capazes de cooperar em uma situação de crise potencialmente real. Isto é sobre crises militares onde você necessita uma força militar para lidar com eles, mas é também sobre prevenção para que essas situações não surjam em primeiro lugar", disse Hultqvist, citado pela emissora nacional SVT.

Conforme ele, a Suécia não tem nenhuma outra ameaça militar contra ela, a não ser da Rússia. Vale destacar que o país restabeleceu o regimento K4 no mês de setembro, junto com outras unidades militares, justificando o passo com a situação de segurança em deterioração e as atividades da Rússia.

"Toda a situação de política de segurança tem se deteriorado com o tempo devido ao conflito duradouro na Ucrânia e ao que está acontecendo em Belarus. Isso afeta a situação geral de segurança em nossa parte da Europa. Uma parte da estratégia sueca visa aprofundar a cooperação com vizinhos e países que tenham valores semelhantes aos nossos, e o Reino Unido é um deles", afirmou o ministro.

A Suécia atualmente mantém a cooperação com os vizinhos nórdicos, Estados do Báltico, França, Reino Unido e os EUA no âmbito da OTAN, embora formalmente siga sua política de não alinhamento. O país também reforçou seus gastos militares, utilizando a imagem da Rússia como ameaça.