Descobrem no centro da Via Láctea 'ponte de gás' que liga 2 braços espirais, aponta estudo

Pela primeira vez, uma equipe internacional de astrônomos confirmou que no centro da Via Láctea existe uma espécie de ponte de gás que liga dois braços em espiral da nossa galáxia.

O novo estudo, publicado na Astrophysical Journal Letters, confirma suposições anteriores, de acordo com as quais os braços espirais da Via Láctea podem estar conectados por uma estrutura de gás. Até recentemente os pesquisadores não conseguiam detectar este "fio de conexão".

No entanto, no recente estudo os astrônomos descrevem detalhadamente as características de um fio longo e fino que consiste de gás muito frio e denso, escreve portal Science News.

Eles apontam que esta estrutura se assemelha a uma espécie de ponte entre dois braços espirais e exteriormente se parece com uma pena pontiaguda.

Esta estrutura foi denominada pela equipe de "onda de Gangotri" em homenagem à geleira que é a nascente do Ganges, o maior e mais famoso rio da Índia.

Em hindi e outras línguas indianas, a Via Láctea é denominada Akasha Ganga, o que significa "o rio Gangues no céu", explica a astrofísica V.S. Veena da Universidade de Colônia, na Alemanha.

Recém descoberta zona da Via Láctea chamada pelos cientistas de esporão de Cepheus

© Depositphotos.com / Alexmit

A pesquisadora e os seus colegas encontraram a onda de Gangotri enquanto estavam procurando nuvens de monóxido de carbono frio, que é denso e fácil de rastrear.

Para isso eles utilizaram instrumentos montados no telescópio APEX, localizado no deserto de Atacama no Chile.

Segundo as estimativas, o comprimento da estrutura detectada é entre 6 mil a 13 mil anos-luz. Ela encontra-se exatamente no centro da galáxia e ambas as extremidades coincidem com o início dos braços espirais.

A estrutura foi chamada de onda de Gangotri por causa de uma particularidade. Os autores do estudo apontam que ela possui uma forma específica de onda.

De lado a "ponte" parece ter em todo o seu comprimento o gás oscilando, subindo e descendo, e se estendendo por milhares de anos-luz. No entanto, os astrônomos não conseguem explicar com o que este fenômeno pode estar relacionado.