'Rastros de vida' em Vênus podem ter se originado de erupções vulcânicas, segundo cientistas

© Foto / NASA, JPL-Caltech, Peter RubinRepresentação artística de uma erupção vulcânica em Vênus
Representação artística de uma erupção vulcânica em Vênus - Sputnik Brasil, 1920, 15.07.2021
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Um grupo de pesquisadores sugeriu que a suposta fosfina (gás tóxico produzido quase exclusivamente por microrganismos anaeróbicos) detectada na atmosfera de Vênus poderia ter se originado na erupção de vulcões ativos.

"A fosfina não nos fala da biologia de Vênus [...] Nos fala de geologia. A ciência aponta para um planeta que possui um vulcanismo explosivo ativo hoje ou talvez em um passado muito recente", afirmou Jonathan Lunine, chefe do Departamento de Astronomia da Universidade de Cornell e coautor do novo estudo, publicado pela revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

Durante muito tempo, a comunidade científica questionou a existência de vulcões ativos em Vênus, e o fato de que a atmosfera do planeta seja tão densa tem dificultado a observação tectônica.

Até agora, as melhores imagens da superfície de Vênus foram obtidas pelas sondas do programa soviético Venera, entre as décadas de 1960 e 1980, além de alguns escaneamentos de radar feitos pela sonda Magalhães na década de 1990.

No entanto, com a análise de dados recompilados pelo telescópio James Clerk Maxwell, a rede de telescópios chilenos ALMA e a sonda Magalhães, os pesquisadores detectaram características geológicas que indicariam atividade vulcânica em Vênus.

O estudo sugere que o manto profundo do planeta poderia conter alguns compostos de fósforo, chamados fosfetos, que seriam expelidos à atmosfera através dos vulcões do planeta, e para isso seriam necessárias erupções tão fortes como as do vulcão Krakatoa ou de Yellowstone.

Uma vez na atmosfera, "os fosfetos reagiriam com o ácido sulfúrico que há na camada pulverizada e produziriam a fosfina".

"Concluímos que o vulcanismo poderia fornecer uma quantidade adequada de fosfeto para produzir fosfina", observaram os pesquisadores.

No entanto, estes argumentos não convenceram Clara Sousa-Silva, astroquímica quântica portuguesa do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, que assegura que "a reação dos fosfetos minerais com ácido sulfúrico concentrado não geraria necessariamente fosfina [...] Um resultado provável da reação dos fosfetos com o ácido sulfúrico concentrado seria uma reação de oxidação e não a produção de fosfina".

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