Nesta quarta-feira (19), a ex-representante explicou que a causa de tal dificuldade seria o fato de ambos os atores terem interesses diferentes em relação ao gigante asiático, informa o South China Morning Post.
De igual modo, "a Europa deve ter uma percepção da China distinta da dos EUA, e por isso, não terá muita facilidade em se juntar aos esforços norte-americanos para contenção chinesa", disse Barshefsky, citada pela mídia.
Existem diversos fatores que explicam as relações entre a Europa e a China e, desse modo, sua influência nas relações Europa-EUA. Por exemplo, a Europa é bastante dependente da China em suas exportações, tanto que em 2020, Pequim se tornou seu principal parceiro econômico, destronando os EUA.
Por outro lado, a ex-representante também sublinhou que nem sempre os Estados europeus concordam em sua totalidade com as políticas gerais da União Europeia (UE) relacionadas ao gigante asiático. Por essa razão, o continente fica desprovido de uma só voz quando o assunto é sua posição ante a China.
Contrariamente a Washington, "a Europa não vê um risco de segurança vindo de Pequim" e, de igual modo, o bloco "não está posicionado no Pacífico como estão os EUA", explicou Charlene Barshefsky, citada pelo South China Morning Post.
Assim, a ex-representante entende que, provavelmente, a Europa procure estabelecer um "ato de equilíbrio", o que significa, nas palavras da própria Barshefsky, que "os EUA não vão ter tudo o que querem". Isto é, a Europa não lutará ao lado de Washington contra Pequim somente pelos interesses norte-americanos, principalmente, se a própria sair prejudicada.
Contudo, mesmo procurando o equilíbrio entre as relações China-EUA, os líderes europeus se encontram diante de uma decisão difícil, na qual ou optam pelos seus interesses econômicos, ou escolham cumprir, de fato, suas obrigações na defesa dos direitos humanos, o que, em certa extensão, é um ponto controverso no seu diálogo com Pequim.